
Marcelo Rebelo de Sousa deslocou-se ao final da manhã ao Hospital de São José, em Lisboa, acompanhado da ministra da Defesa, Helena Carreiras, e do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, general Nunes da Fonseca, e do chefe do Estado-Maior do Exército, general Mendes Ferrão.
“Vim porque não há nada como ver a realidade e dar uma palavra de gratidão a quem cumpriu a sua missão num momento inesperadamente difícil e que só não foi mais grave porque as consequências não são tão graves como se imaginava”, afirmou o chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas, em declarações aos jornalistas no final da visita.
Sobre os feridos que visitou – três feridos ligeiros que vieram do Hospital de Abrantes – disse que os encontrou bem e como bom estado de espírito e que os exames não revelaram problemas graves oftalmológicos nem de audição, devendo ser em breve transferidos para o Hospital das Forças Armadas, tal como os inicialmente considerados em estado de grave, que se encontram em Coimbra.
Os dois feridos mais graves foram transportados para o Hospital Universitário de Coimbra com lesões ao nível da audição, com zumbidos associados à explosão, e ao nível da pele, como na face, pelo impacto e por terem sido projetados.
O gabinete de comunicação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra confirmou à agência Lusa que após a avaliação efetuada cerca das 12:00, que dá a situação clínica dos soldados como “estável”, vão ser transferidos durante o dia de hoje para outra unidade de saúde.
O Presidente da República conta visitar os outros dois feridos que estão em Coimbra quando forem transferidos para o Hospital das Forças Armadas em Lisboa.
Questionado sobre as causas do acidente, o Presidente da República disse que já se iniciaram “as diligências”, pelo que será prematuro avançar para já conclusões.
“Como em tudo na vida, no meio de muitos casos sem acidentes, há um acidente”, lamentou.
Marcelo Rebelo de Sousa começou por agradecer ao Hospital de São José e ao Serviço Nacional de Saúde a “forma muito rápida como responderam a esta solicitação”.
“O que encontrámos superou as expectativas, exames foram feitos: exames oftalmológicos para saber se havia lesões na vista, felizmente não há, e outro tipo de exames, à audição e de acompanhamento das escoriações e ferimentos. São jovens e estão a recuperar bem”, assegurou.
Questionado se tenciona deslocar-se a Santa Margarida, o também comandante supremo das Forças Armadas rejeitou, por enquanto, esse cenário.
“Tudo o que seja aparecer no meio de diligências é complicar e a ideia é não complicar”, disse.
Sobre possíveis causas da explosão, o Presidente da República repetiu, por várias vezes, que “ainda é cedo” para retirar conclusões.
“Se estão em curso diligencias é prematuro falar do que terá ocorrido, são especialistas nesta matéria, o sr. general CEME [Eduardo Mendes Ferrão] tem uma longa vida ligada a Santa margarida e conhece bem esta problemática”, disse.
Uma explosão no Campo Militar de Santa Margarida, em Constância, no distrito de Santarém, provocou quinta-feira à tarde um morto e cinco feridos, dois graves e três ligeiros.
Ainda na quinta-feira, o Exército abriu um processo de averiguações à "explosão inadvertida" ocorrida durante uma operação de desativação de explosivos, anunciou o ramo.
Em comunicado, o Exército referiu que ocorreu uma "explosão inadvertida", cerca das 16:40, durante uma operação de desativação de engenhos explosivos, que estava a ser realizada por uma equipa de desativação do Regimento de Engenharia N.º1 "para a destruição, no local, de munições e explosivos e foguetes".
A operação foi realizada "no âmbito do Planeamento e Gestão das Áreas de Instrução, Infraestruturas de Tiro e Infraestruturas de Treino do Campo Militar de Santa Margarida", lia-se na nota.
Num balanço também realizado perto das 20:00 de quinta-feira, o comandante dos Bombeiros Voluntários de Constância disse aos jornalistas que o incidente ocorreu quando uma máquina estava a fazer a inativação de explosivos, sendo que esta ficou destruída.
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