“Em relação ao candidato a presidente do partido, posso dizer, seguramente, que o candidato é Filipe Jacinto Nyusi, membro querido dos membros da sexagenária Frelimo”, declarou Roque Silva, numa conferência de imprensa sobre os preparativos do 12.º Congresso do partido, que vai decorrer entre os dias 23 e 28, na Matola, subúrbios de Maputo.

Nyusi segue as pisadas do anterior presidente, Armando Guebuza, eleito três vezes para liderar a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), primeiro pelo comité central e depois em dois congressos.

O próximo congresso começa na sexta-feira e a eleição do presidente do partido será um dos pontos da agenda, mas a reunião não vai debater – pelo menos oficialmente – a questão do candidato às eleições presidenciais de 2024, referiu Roque Silva.

O assunto deverá estar na agenda dos futuros órgãos sociais, a sair deste 12.º Congresso.

Roque Silva assinalou que o encontro magno vai eleger um novo comité central, ao qual caberá a escolha de um novo secretário-geral, de uma nova comissão política e de um novo comité de verificação.

A reunião vai também debater as sete teses aprovadas ao longo de conferências distritais e provinciais que a Frelimo realizou nos últimos meses.

O congresso vai contar com a participação de cerca de 1.500 delegados e perto de 500 convidados, incluindo representantes de partidos e organizações estrangeiras “amigas”, acrescentou Roque Silva.

O secretário-geral declarou que os delegados vão igualmente aprovar a revisão dos estatutos, visando adaptar a organização política aos atuais desafios internos e internacionais.

Filipe Nyusi foi eleito pela primeira vez como líder da Frelimo pelo comité central do partido em 29 de março de 2015.

Na altura, ganhou o partido, depois de ter sido eleito Presidente da República em outubro de 2014, sucedendo em ambos os cargos a Armando Guebuza.

Guebuza havia chegado ao limite de dois mandatos como chefe de Estado e acabou por entregar também a cadeira da Frelimo a Nyusi (antes de terminar o período de cinco anos para o qual tinha sido escolhido como líder do partido) para evitar dispersão de poderes.

Passados dois anos, Nyusi foi reeleito como candidato único ao comando do partido no 11.º Congresso, a 29 de setembro de 2017, e completará agora um mandato inteiro de cinco anos à frente da Frelimo.

Por tradição e imperativo estatutário, a Frelimo concentra a Presidência da República e da organização, visando evitar a dispersão de centros de poder, no caso de ganhar as eleições presidenciais, o que sempre aconteceu, dado que a Frelimo venceu em todos os sufrágios universais realizados em Moçambique.