“Uma completa eliminação da polinização […] reduziria a receita do produto interno entre 0,04% (Reino Unido) e 0,4% (Portugal)”, concluiu o ‘Biodiversity loss part II: Portfolio impacts and a quantitative case study on pollination abatement measures’ da Allianz Trade – acionista da COSEC – Companhia de Seguro de Créditos.
No total, este impacto seria equivalente a menos mil milhões de dólares em Portugal e 28.000 milhões de dólares (quase 26.000 milhões de euros) anuais no caso dos EUA.
Em termos da produção agrícola, a Bélgica aparece em destaque, com uma perda de 7,9% e, no polo oposto, aparece o Reino Unido, com 2%.
Por outro lado, a análise revelou que os setores industriais e dos serviços poderiam crescer com o aumento da polinização, tal como a produção dos setores mais ligados à terra.
A Allianz Trade apontou também que os investimentos em biodiversidade podem levar a “enormes oportunidades” de negócio, contribuindo, a longo prazo, para a manutenção da economia.
Contudo, os atuais esforços de investimento nesta área “permanecem extremamente inadequados”.
O financiamento global para a recuperação da biodiversidade, até 2030, apresenta uma falha anual estimada em 700.000 milhões de dólares (cerca de 644.000 milhões de euros).
“Não é difícil entender porque esta é uma lacuna tão intensa. A perda de biodiversidade é, por natureza, local, ao contrário das alterações climáticas, com as emissões locais a terem consequências globais. Isto leva a um mapa muito heterogéneo da biodiversidade e a perdas e riscos decorrentes”, lê-se no documento.
A empresa elenca ainda um conjunto de medidas para combater a perda de polinização e o respetivo custo associado.
No caso da agricultura de precisão, os sistemas de suporte, por exemplo, para o uso de fungicidas, com assistência através de computadores, representa um custo anual de 625 euros por quinta, enquanto a pulverização de precisão custa 10.413 euros por quinta e por cada aplicação.
Já o recurso a sensores e câmaras para a pulverização de alta resolução implica um gasto mínimo de 104.130 euros por quinta e também por cada utilização.
No que se refere ao biocontrolo, a aplicação de nemátodos custa 625 euros por hectare a cada ano, enquanto os fungicidas orgânicos representam um custo de 274 euros por hectare a cada ano.
Em termos dos princípios ecológicos, por exemplo, o uso de adubos verdes custa 182 euros anuais por hectare, a técnica de cultivo ‘no-tillage’ representa, por ano, 52 euros por cada hectare e as rotações de culturas mais amplas 10.413 euros por quinta, a cada ano.
O estudo da Allianz Trade recorreu a mais de 50 referências bibliográficas e a metodologia aplicada inclui fórmulas matemáticas e uma espécie de “teste de stress” aplicado aos setores analisados.
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