O aviso foi feito durante o discurso de encerramento da sétima Convenção Nacional entre FNE, Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) e Federação Nacional de Associações de Estudantes do Básico e Secundário (FNAEBS), que decorreu hoje em Santa Maria da Feira, no mesmo dia em que, frisou João Dias da Silva, o novo Governo tomou posse.
“Estamos em condições de desafiar o novo Governo para ter a mesma atitude [que as entidades tiveram] de convergência, disponibilidade para o diálogo, concertação e solução. O Governo pode saber que, da parte destas organizações, terá uma mão estendida de colaboração, mas essa mão tem de ter o mesmo gesto com a mesma disponibilidade e amplitude e vontade de procurar convergências com estas entidades. Só assim vale a pena, só assim nos terá como parceiro”, apontou.
Durante o evento, foi também proposta e aprovada uma resolução conjunta entre as organizações que consideram ser “fundamental” e de “fim de ciclos de mecanismos de entrada no ensino superior, de não compreensão da importância do pessoal não-docente nas escolas, de não valorização dos docentes nas escolas”.
“Incluindo a recuperação integral do tempo de serviço que teve congelado. Essa matéria não cabia nesta resolução convergente entre todas as associações que aqui estão. Queremos fazer chegar ao Presidente da República e ao ministro da Educação. Logo que esteja concluída a redação final, faremos a elaboração dos conteúdos para que junto deles digamos que isto é fundamental”, afirmou o responsável.
Por seu lado, o presidente da Confap, Jorge Ascenção, começou por sublinhar que este é o sétimo ano em que decorre um encontro entre representantes de pais e professores, “que a comunicação social faz tanta questão em dizer que estão em oposição”, continuando a crítica recordando o destaque dado pela imprensa às agressões físicas entre alunos e professores durante esta semana.
“Vocês que cá estão: professores, pais, assistentes operacionais, autarcas, fazem questão de estar aqui desde manhã porque acreditam na educação. Imaginem se nos preocupar-mos com o número dos que cá não estão e poderiam estar. Quantos temos ao nosso lado que não acreditam? Este é um trabalho de todos, trazer mais para a causa da educação e das nossas gerações futuras que estamos a educar e desenvolver”, disse.
O responsável sublinhou ainda que as associações não “precisam de estar sempre de acordo” e que a discussão e o debate são ferramentas para encontrar “uma solução” em que todos se possam “rever e encontrar” e confessou estar “cansado” e “saturado” de “falar de problemas e não de soluções”.
“A nossa comunicação social, que saiu da educação que lhes foi dada durante a juventude, só gosta de aparecer quando há problemas e empolar os problemas. Este é um combate que procuramos fazer dando um sinal à comunicação social e a todos que temos de nos unir. Sabemos que é difícil, a questão é: será que podemos fazer alguma coisa diferente para que a escola pública e quem lá trabalha possam ter melhores condições?”, questionou.
Jorge Ascenção referiu ainda que as associações não têm solução nem a querem impor, mas que têm sim uma ideia em que é importante pensar, porque “não é justo”, nem são honestos com os filhos ao encaminhá-los para um ensino em que “40% desistem ou mudam de curso no primeiro ano”.
“Não podemos prejudicar esta geração porque ainda não temos condições. Temos de exigir as condições para que eles possam ter uma oportunidade. Estaremos sempre ao lado dos que fazem bem. É com esta nota de confiança, compromisso e cumplicidade que queremos dar um sinal de trabalho em conjunto”, finalizou.
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