Ao final da manhã desta terça-feira, a Reuters, citando Evánguelos Burnús, autarca de Rafina, tinha adiantado que o número de mortos nos incêndios "excedia as 60 pessoas". "O número de mortos está a aumentar", informou. Agora, cerca das 15:31 [hora de Lisboa], a porta-voz dos Bombeiros, Stavroula Maliri, de acordo com a agência AFP, afirmou que o número de mortos subiu para 74.
Este balanço não é definitivo. Uma centena de bombeiros continuam as buscas de possíveis vítimas na região turística, que foi surpreendida pelas chamas na segunda-feira à tarde.
A jornalista da agência grega AMNA acrescentou que governo de Alexis Tsipras está a preparar uma reunião, marcada para as 14:00 (16:00 em Lisboa), na capital, para responder aos acontecimentos.
O primeiro-ministro grego reuniu-se segunda-feira com “vários membros do governo” tendo declarado que se trata de “uma grande tragédia e que está a ser organizada uma resposta para combater a situação”, explicou Eva Webster.
São os piores incêndios a atingir a Grécia desde que as chamas consumiram a península do Peloponeso, em agosto de 2007, fazendo dezenas de mortos.
Um dos incêndios, a cerca de 50 quilómetros de Atenas, obrigou à evacuação de três localidades, reduzindo a cinzas dezenas de casas e causando o encerramento ao tráfego durante 17 quilómetros da autoestrada de Olímpia, que liga a capital ao Peloponeso.
Várias vítimas foram encontradas entre o porto de Rafina, a cerca de 30 quilómetros de Atenas, e Nea Makri, cerca de dez quilómetros mais a norte. As vítimas encontravam-se em casa ou nos seus carros. Outras pessoas tentaram fugir do fogo atirando-se ao mar, mas acabaram por morrer afogadas.
Segundo o autarca de Rafina, Evánguelos Burnús, pelo menos 500 casas e 200 veículos foram danificados em maior ou menor grau pelas chamas. Burnús referiu, num comunicado enviado à televisão ERT, que continua a ser realizada a operação de resgate por mar realizada na segunda-feira e que os navios da Guarda Costeira estão a transportar muitos moradores de Rafina para outras áreas seguras.
Um porta-voz da Cruz Vermelha disse à rede de televisão pública ERT que, depois de terem sido encontrados 24 corpos, os bombeiros descobriram hoje um outro grupo de 26 pessoas, já sem vida, num campo localizado na pequena cidade de Mati.
De acordo com os bombeiros, ainda existem três incêndios em curso na região de Ática, mas também grandes frentes noutras regiões do país, particularmente na área de Corinto, no Peloponeso, bem como na ilha de Creta.
Ajuda internacional
Depois de as autoridades terem declarado o estado de emergência e solicitado ajuda internacional, o porta-voz do Governo, Dimitris Tzanakopoulos, anunciou que os aviões de combate aos incêndios chegarão hoje de Espanha, bem como voluntários do Chipre.
Também Portugal vai enviar 50 elementos da Força Especial de Bombeiros (FEB) para ajudar a combater os incêndios na Grécia, anunciou hoje o ministro da Administração Interna. Eduardo Cabrita adiantou que estes 50 elementos da FEB vão partir para a Grécia entre hoje e quarta-feira. Portugal vai disponibilizar apoio terrestre, tal como a Grécia solicitou ao Mecanismo Europeu de Proteção Civil.
Notícia atualizada às 18h02
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