No quarto dia do mês de março de 2022, às 22 semanas, Adiah e Adrial nasceram, com uma diferença de 23 minutos. Pesavam 330 e 420 gramas, respetivamente. Após um ano, receberam a distinção do Guinness World Records.

Shakina Rajendram, a mãe dos gémeos, às 21 semanas e 5 dias, sentiu muitas dores e uma hemorragia. Algo não estava bem, por isso o jovem casal dirigiu-se ao hospital mais próximo onde Shakina foi examinada. O veredito não foi o melhor: "Desculpem, vão perder os bebés. Eles vão sair, mas não há hipóteses de sobreviverem", recordou o pai Kevin Nadarajah em entrevista ao canal de YouTube do Guiness World Records.

Horas depois, a ecografia mostrou que ainda viviam, com bom batimento cardíaco. Com essa esperança, Kevin e Shakina foram à procura de saber mais e de tentar de tudo para que os seus bebés sobrevivessem e encontraram uma organização que os ajudou no processo. Através da organização, o jovem casal aprendeu que o Hospital Mount Sinai, localizado em Toronto, no Canadá, contava com uma unidade de cuidados intensivos neonatais especializada e ressuscitava bebés nascidos prematuros, com 22 semanas. Mas, com apenas 21 semanas e 5 dias, a resposta do hospital foi negativa.

Sem saber o que fazer e apesar de não estar em trabalho de parto, Shakina conseguiu aguentar mais um dia. Às 21 semanas e 6 dias, o hospital canadiano aceitou a transferência.

"A equipa responsável disse-me que se os bebés nascessem antes das 22 semanas, seria a sua sentença de morte, porque não tinham capacidade de os ressuscitar antes das 22 semanas", recorda Shakina na mesma entrevista. Muitas hemorragias seguiram-se, mas Shakina fez o máximo que pode para aguentar os bebés até às 22 semanas.

Quinze minutos antes das 22 semanas, Shakina sentiu "as águas rebentarem", mas o pensamento de "se não os conseguir aguentar, eles vão morrer e a culpa é minha" foi a primeira coisa que ficou na cabeça da jovem mãe. Felizmente, os médicos confirmaram que não tinha sido o caso e 15 minutos depois da meia-noite o parto começou. Adiah chegou primeiro e o seu irmão 23 minutos depois.

Mais de cinco meses passaram após o parto. Adiah foi a primeira a ter alta. O seu irmão juntou-se uma semana depois. Adrial teve alguns contratempos, que o obrigaram a mais umas visitas ao hospital e a lutar pela sua vida.

Um ano depois, os bebés continuam e vão continuar a ser acompanhados por médicos especialistas, com os recordes do Guinness e a celebração de vida.