“A Fundação para o Património da Geórgia do Sul tem o prazer de anunciar que o seu projeto de restauração de habitat terminou, e que os roedores invasores foram erradicados da ilha com sucesso”, afirmou Mike Richardson, responsável do projeto, em comunicado.

O projeto foi preparado durante “quase uma década” e posto em prática durante “quatro temporadas subantárticas”, precisou a Fundação. Foi necessário um investimento de 11,5 milhões de euros.

Depois da eliminação com iscos envenenados foram instalados 4.600 dispositivos para detetar a presença de eventuais roedores, ao mesmo tempo que equipas de especialistas, com cães, percorreram mais de 1.600 quilómetros na ilha de 170 quilómetros de comprimento, para se assegurarem da erradicação.

Os ratos e outros roedores presentes nos porões dos navios chegaram à ilha a partir do fim do século XVIII, após a sua descoberta pelo navegador inglês James Cook, em 1775. A Geórgia do Sul tornou-se então um ponto de paragem para navios baleeiros. Desde então os roedores proliferaram, confinando algumas espécies a pequenas ilhas ao largo da ilha principal.

Segundo a Fundação, a fauna local é uma sombra do que era, com os roedores a alimentarem-se das aves presentes na ilha, com um efeito devastador em algumas espécies, como no Pipit Antártico, um pequeno pássaro, ou pato de cauda pontuda.

Depois das últimas fases de envenenamento dos ratos certas espécies de aves já deram sinais de “recuperação espetacular”, disse a Fundação.

A instituição apresenta o território como “uma das últimas grandes áreas selvagens do mundo”, lar da quase totalidade das focas antárticas e de “metade dos elefantes marinhos do mundo”. É também o refúgio de quatro espécies de pinguins e de muitas espécies de aves, incluindo albatrozes, moleiros ou andorinhas.