“Tomámos medidas, com os nossos parceiros de Marrocos, para restabelecer uma relação consular normal” no domínio migratório, declarou Colonna, durante uma conferência de imprensa conjunta com o homólogo marroquino, Nasser Bourita, em que realçou que as novas medidas já estão em curso desde a passada segunda-feira.
“Marrocos escusou-se oficialmente a comentar, por respeito, uma decisão unilateral e soberana [da França)”], explicou Bourita, aludindo à decisão de Paris, tomada em setembro de 2021, de reduzir as autorizações de vistos para metade.
“Hoje, é também uma decisão unilateral, que Marrocos respeita, que não vai comentar oficialmente, mas que vai no bom sentido”, acrescentou o chefe da diplomacia marroquina.
Em apoio à polémica medida, Paris argumentou a relutância de Marrocos em readmitir os seus cidadãos nacionais em situação irregular na França, uma medida denunciada por Rabat e por organizações não-governamentais de cariz humanitário, entre outras.
Colonna, que se deslocou a Rabat para preparar a visita de Estado que o Presidente francês, Emmanuel Macron, efetuará a Marrocos no primeiro trimestre de 2023, sublinhou também que a França pretende “estar numa relação de parceria exemplar, excecional, fraterna e moderna com Marrocos”.
A chefe da diplomacia francesa salientou a necessidade de se adaptar às “legítimas expectativas” de Marrocos, que, defendeu, “está a evoluir” e que pretende desempenhar “um papel importante no Mediterrâneo e em África”.
Trata-se de propor a Marrocos “o que a França, que também mudou profundamente, tem de melhor”, comentou ainda Colonna.
“Vamos escrever uma nova página juntos, num contexto em que França e Marrocos precisam um do outro mais do que nunca, para garantir a segurança, apoiar o desenvolvimento económico (…) e responder às expectativas dos jovens e das sociedades dos dois países”, concluiu Colonna.
A ministra chegou a Rabat na noite de quinta-feira, altura em que se reuniu com os conselheiros do rei Mohamed VI, de Marrocos.
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