“É necessário continuar a mobilizar toda a comunidade internacional (…). Estou pronto para reorganizarmos, talvez em meados de outubro, uma conferência internacional de apoio com as Nações Unidas”, declarou a representantes da ONU e de organizações não-governamentais locais no porta-helicópteros La Tonnerre no porto de Beirute.

Insistindo na necessidade de uma coordenação “muito firme” com a ONU, Macron declarou-se pronto a “acolher em Paris” a conferência para pedir novamente a “todos os Estados para financiarem” as necessidades no terreno.

No seu encontro com representantes da sociedade civil, o presidente da França fez uma primeira avaliação da ajuda enviada para o Líbano e dos desafios, sobretudo organizacionais, que as ONG enfrentam.

Algumas queixaram-se de falta de transparência ou desadequação entre as necessidades reais e a ajuda enviada.

“Não temos uma boa avaliação da ajuda desde 04 de agosto (data da explosão). Vemos aviões a chegar, mas não sabemos para onde vai a ajuda, 80% dos medicamentos que chegam ao Líbano não são adequados”, lamentou Antoine Zoghbi, presidente da Cruz Vermelha libanesa.

Macron considerou que para melhor ajudar é conveniente “trabalhar na plataforma das Nações Unidos” e junto das ONG para se poder ter maior noção das necessidades e controlo e prometeu “continuar a apoiar e a fazer o máximo junto dos Estados doadores”.

A explosão no porto de Beirute de 2.750 toneladas de nitrato de amónio provocou 188 mortos, mais de 6.500 feridos e perto de 300.000 desalojados, tendo deixado destruídas partes da capital libanesa.

O Banco Mundial avaliou os estragos e perdas económicas entre 5,6 mil milhões e 6,8 mil milhões de euros e indicou na segunda-feira que o Líbano tem necessidade urgente de 507 milhões a 637 milhões de euros.