A partir de 9 de abril, os visitantes poderão conhecer a nave e os seus 400 metros quadrados de tetos pintados pelo autor de "A Liberdade Guia o Povo", um privilégio reservado habitualmente a deputados e investigadores.

"É a Capela Sistina de Delacroix", celebra Pierre Bosse, o diretor da biblioteca. Para a diretora do museu nacional Eugène Delacroix, Claire Besséde, é uma obra "ao mesmo tempo importante e pouco conhecida", pintada entre 1839 e 1848.

Delacroix reflete sobre a história e a civilização com duas obras-primas: uma representa Átila a esmagar Itália e as Artes, e a outra Orfeu a levar a paz aos gregos.

Para Bosse, as pinturas, impregnadas de classicismo, representam "uma espécie de advertência aos representantes do povo: 'Cuidado, a civilização é frágil, está exposta a Átila, deve ser protegida'".

Esta obra-prima não é o único tesouro da biblioteca, criada em 1796 e na sua localização atual desde 1834. O seu acervo é o terceiro maior da França, atrás dos da Biblioteca Nacional e da Sorbonne.

Entre os seus 700.000 volumes, a maioria armazenada nos porões, estão o Juramento de 'Jeu de Paume', pelo qual os deputados do terceiro estado se comprometeram a abolir o Antigo Regime após a Revolução Francesa de 1789.

O documento, assim como os manuscritos do filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) e do escritor Victor Hugo (1802-1885), está guardado num cofre, cuja localização exata é mantida em sigilo.

"A biblioteca tem algo mágico, porque liga os deputados ao seu passado (...) Mudamos um pouco de dimensão", conclui o diretor da biblioteca.