O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi condenado esta segunda-feira a três anos de prisão, dois deles em pena suspensa, por corrupção e tráfico de influência, tornando-se no segundo chefe de Estado condenado em França, após Jacques Chirac em 2011.

Sarkozy, que esteve presente na audiência, não irá, no entanto, para a prisão, já que o tribunal o autorizou a ficar detido em casa com uma pulseira eletrónica.

O tribunal de Paris decidiu que houve um "pacto de corrupção" entre o presidente de 66 anos, o seu advogado, Thierry Herzog, e o ex-magistrado Gilbert Azibert, que foram condenados à mesma sentença.

Sarkozy, Presidente entre 2007 e 2012, foi julgado em conjunto com Herzog e Gilbert Azibert, a quem terá prometido em 2014 um posto no Conselho de Estado do Mónaco se este magistrado, que estava então no Supremo, ajudasse na investigação do designado "caso Bettencourt", referência à investigação ao financiamento ilegal da campanha presidencial de 2007 pela mulher mais rica da França, a herdeira da L'Oreal Liliane Bettencourt.

O suposto caso de corrupção foi possível devido ao registo das conversas telefónicas de Sarkozy com o seu advogado, incluídas num outro processo relacionado com um alegado financiamento da sua campanha de 2007 com dinheiro do regime líbio de Muammar Kadhafi.

Sarkozy negou veementemente todas as acusações durante o julgamento de 10 dias, ocorrido no final do ano passado.

O julgamento concentrou-se em conversas telefónicas ocorridas em fevereiro de 2014. Na época, foi aberta uma investigação sobre o financiamento da campanha presidencial de 2007 de Sarkozy.

Durante a investigação, foi descoberto acidentalmente que Sarkozy e Herzog estavam a comunicar-se por meio de telemóveis secretos registados sob um nome falso (Paul Bismuth).

Os procuradores solicitaram dois anos de prisão efetiva e um ano de pena suspensa para os três réus pelo que disseram ser um “pacto de corrupção”.

Esta é a primeira vez na história moderna da França que um ex-Presidente é julgado por corrupção.

O antecessor de Sarkozy, Jacques Chirac, foi considerado culpado em 2011 por mau uso de dinheiro público e recebeu uma sentença de dois anos de prisão com pena suspensa por ações durante o seu período como autarca de Paris.

Sarkozy enfrentará outro julgamento no final deste mês, juntamente com outras 13 pessoas sob a acusação de financiamento ilegal da sua campanha presidencial de 2012.

(Notícia atualizada às 13:36)

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