Na Praça da Bastilha, manifestantes empunhavam bandeiras vermelhas e gritavam “Não à Marine e não a Macron”, revoltados com os resultados da primeira ronda das eleições presidenciais francesas, em que os dois candidatos mais votados foram o centrista Emmanuel Macron e Marine Le Pen (extrema-direita).

Mais tarde, cerca de 300 pessoas reuniram-se num protesto pacífico na Praça da República, agitando bandeiras vermelhas e dançando à volta de uma fogueira, enquanto cantavam “Agora queimem os vossos cartões eleitorais”.

Os manifestantes, que se declararam antifascistas, contestaram a legitimidade destes atos eleitorais e defenderam que ambos os candidatos que vão disputar a segunda volta a 07 de maio representam os interesses da oligarquia.

Durante o protesto, que batizaram como “a noite das barricadas”, registaram-se confrontos com as forças de segurança, incluindo o lançamento de objetos contundentes e petardos, além de terem pintado murais e queimado carros.

Segundo o canal LCI, três manifestantes foram detidos “por atos violentos” contra agentes da segurança pública.

Os bombeiros assistiram dois feridos, um jovem adulto com trauma facial e uma rapariga menor de idade com feridas na cara e no pescoço.

As autoridades, em número inferior, cortaram o trânsito em direção a esta zona emblemática no leste da capital francesa.

O liberal Emmanuel Macron estava à frente nas eleições presidenciais francesas, quando estavam apurados cerca de dois terços dos resultados eleitorais, com 23,3% dos votos, contra 22,7% da candidata da extrema-direita, Marine de Pen, segundo o ministério do Interior.

De acordo com os dados divulgados, quando estavam contados 76% dos votos, o candidato conservador Francois Fillon surgia em terceiro lugar com 19,8% dos votos, seguido por Jean-Luc Melenchon (esquerda), com 18,8%.

Os últimos votos a serem contados são os dos grandes centros urbanos, tradicionalmente mais de esquerda.

Pela primeira vez na história moderna da política francesa, nenhum dos candidatos dos grandes partidos avança para a segunda fase.