Francisco Rodrigues dos Santos abordou o tema num discurso feito no Porto, durante a cerimónia das comemorações do 46.º aniversário do partido, aludindo às dificuldades de entendimento que subsistem no Conselho Europeu, que decorre em Bruxelas, quanto ao Fundo de Recuperação pós-pandemia.
“Exige-se uma liderança firme que tem faltado ao projeto europeu. Se os valores da Europa não forem suficientes para vencer este impasse, estará na altura de se fazer uma reflexão profunda sobre os mais básicos fundamentos da sua existência e razão de ser”, afirmou o líder do CDS.
Francisco Rodrigues dos Santos apontou que “os portugueses, e os cidadãos dos Estados Membros mais afetados pela pandemia, precisam do apoio da Europa como de ‘pão para a boca’, mas não evitou críticas diretas à gestão do país feita pelo primeiro-ministro António Costa.
“Quem joga para empatar, arrisca-se sempre a perder o jogo. É necessário injetar dinheiro na nossa economia e não estarmos constantemente dependentes das soluções que a Europa encontra para o nosso país”, completou o centrista.
O presidente do CDS-PP apontou que o “orçamento retificativo foi uma oportunidade para dar oxigénio às empresas, e aos pequeno e micro empresários”, mas considerou que ficou “muito por fazer” pelo executivo liderado pelo PS, deixando algumas medidas do seu partido.
“Já propusemos o ‘lay-off’ simplificado até ao final do ano, o mecanismo de acerto de contas, a eliminação dos pagamentos por contas, a contratualização com o sistema particular e social da saúde para eliminar as filas de espera nos hospitais”, enumerou.
Num discurso perante várias dezenas de pessoas, Francisco Rodrigues do Santos, que desferiu vários reparos à governação do PS, defendeu uma “nova atitude ética na política”.
“Está na hora de uma vez por todas o nosso país virar a página dos ‘donos disto tudo’, seja no mundo das finanças ou na política. Os portugueses já pagaram muito caro por isso. Só se consegue tirar Portugal desta neblina de promiscuidade entre a política e os negócios com uma nova atitude ética, e uma nova geração de protagonistas”, afirmou o dirigente.
Antes, Francisco Rodrigues do Santos tinham enaltecido todos os líderes e dirigentes que contribuíram para os 46 anos de história do partido, numa cerimónia que decorreu nos Jardins do Palácio de Cristal, no Porto, onde em 1975 aconteceu o I congresso do CDS-PP, marcado por um cerco de forças opositoras que durou 15 horas.
Nesse congresso, foi eleita a primeira Comissão Política, que teve como Presidente e Vice-Presidente, respectivamente, Diogo Freitas do Amaral e Adelino Amaro da Costa, em momentos que foram recordados nas comemorações de hoje do partido através de imagens.
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