A instituição alertou que com estas intervenções, que serão efetuadas com apoio dos fundos comunitários, a biodiversidade da reserva, constituída há 61 anos, será "seriamente prejudicada".

"Com o apoio dos fundos comunitários, a reserva está a ser brutalmente agredida, com o alargamento e abertura de novos caminhos, absolutamente desnecessários, que vão permitir e incentivar a entrada de viatura, nomeadamente viaturas todo o terreno, em áreas até então apenas frequentadas pelos agricultores locais e alguns amantes da natureza", divulgou a FAPAS.

O Fundo analisou que a abertura dos novos caminhos prejudica a "população de anfíbios, com grande valor ecológico, e, igualmente, as populações de aves e as aves migratórias, a razão principal que levou o Estado a criar esta área protegida, a primeira de Portugal".

Nesse sentido, o FAPAS apela à Câmara Municipal de Vila do Conde para "suspender de imediato a obra em curso" e pretende que ministro do Ambiente "mande apurar responsabilidades, concretamente, com base em que pareceres foi possível o Portugal 2020 aprovar este projeto".

Contactada pela Agência Lusa, a câmara municipal esclareceu que "a intervenção nos caminhos coincidiu com a entrada em vigor da Lei da Defesa da Floresta Contra Incêndios, que obriga os proprietários ao abate de árvores que marginam os caminhos públicos, criando faixas de gestão de combustível muito exigentes e que não exceciona as Paisagens Protegidas".

A autarquia detalhou que "o alargamento dos caminhos resultou na reposição do seu perfil original e na limpeza de austrálias e outras acácias infestantes, que marginavam e estreitavam os caminhos".

Sobre a circulação automóvel no local, a câmara municipal garantiu que irá colocar cancelas nas entradas dos caminhos intervencionados, de forma a "condicionar o acesso de veículos motorizados para proteger toda a área".

A intervenção, ainda segundo a câmara municipal, contempla a colocação prumos e cordas nos caminhos para que a fauna e flora sejam preservadas, e ainda a recuperação de um charco natural existente para habitat natural de anfíbios e promover a biodiversidade, num terreno que foi adquirido.

Autarquia de Vila do Conde sublinhou a existência de vigilantes da Paisagem Protegida, que são funcionários municipais, e que, para além da limpeza e manutenção, fazem um trabalho de vigilância e prevenção.

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