“Neste momento, o mais importante é que todos aqueles que tenham familiares, amigos, ou conhecidos, nomeadamente em São Bartolomeu ou em Saint Martin, ou em alguma daquelas ilhas que foram afetadas pelo furacão entrem em contacto com o gabinete de emergência consular, cujo contacto podem obter no portal das Comunidades Portuguesas”, disse à agência Lusa o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro.
Em declarações por telefone, o governante indicou que está a ser feito um “trabalho de identificação de pessoas que se encontrem nessas ilhas e que careçam de apoio, tendo em vista, por um lado verificar se pretendem ficar na ilha, ou se, nas próximas horas, nos próximos dias, pretendem sair”.
Neste momento, reforçou o secretário de Estado, a maior ajuda que pode ser oferecida aos portugueses que se encontram no local mais afetado pelo furacão no Atlântico de maior intensidade registada até à data é, antes de mais, que “todos aqueles que conheçam pessoas que estejam a trabalhar ou que estejam em turismo nesta região façam o contacto com o gabinete de emergência consular, criando condições para que se possa entrar em contacto com essas pessoas”.
Esta informação é considerada da maior importância, por forma a que possa ser comunicada às entidades da União Europeia, que estão em articulação com as autoridades portuguesas com vista a, "não apenas poder ser garantido o fornecimento de bens essenciais, como também, e em caso de necessidade, poder ser preparado o transporte das pessoas em direção a países ou a regiões mais seguros ou, eventualmente, o próprio regresso a Portugal", acrescentou.
O Governo não consegue avançar o número concreto de portugueses a residir nas Antilhas Francesas e Holandesas, a região mais afetada pela passagem do Irma, para além daqueles que estão inscritos nos serviços consulares. "Com rigor, não é possível falar de números", disse José Luís Carneiro.
"Do que nós podemos falar com rigor é dos inscritos consulares e esses, como sempre dissemos, temos duas centenas e meia de cidadãos inscritos como tendo residência nessa região. Contudo, como se sabe, em todos os locais onde temos portugueses, muitos não fazem a inscrição consular", acrescentou, razão pelo qual é “tão importante” o apelo deixado pelo Governo a todos os que tiveram familiares, amigos ou conhecidos na região.
José Luís Carneiro acrescentou que responsáveis europeus, do gabinete de crise de França e do gabinete de emergência e resposta às crises da União Europeia, reuniram-se hoje para “articularem respostas em relação às condições de vida e à reposição das infraestruturas essenciais, nomeadamente das comunicações, quer também relativamente ao transporte daqueles que queiram sair da região”.
O governante está também apreensivo em relação às réplicas esperadas pelos furacões que seguem o rasto do Irma, nomeadamente o furacão José, mas também o Katia, pelo que sublinha que “os cuidados que são recomendados pelas autoridades locais e pelas autoridades de proteção civil devem ser escrupulosamente cumpridos por parte dos cidadãos”.
“Importa, finalmente, transmitir” – fez ainda questão de declarar José Luís Carneiro – “que todos os esforços que é possível desenvolver nesta fase estão a ser desenvolvidos”.
As informações que o Governo tem relativamente a Cuba vão no sentido de que os portugueses que se encontravam nos territórios de maior insegurança terem sido deslocalizados para locais mais seguros.
“Ainda há pouco, uma companhia de viagens acabou de sinalizar que 250 destes portugueses que estavam numa determinada zona mais perigosa foram todos deslocalizados para zonas mais seguras e que se encontram bem”, disse o governante.
Segundo o último balanço provisório, o Irma provocou já 19 mortos.
Quanto ao México, em relação aos efeitos do tremor de terra que atingiu o sul do país na noite passada, a informação fornecida pelo embaixador português “é a de que não haverá portugueses entre as vítimas”.
Contudo, prosseguiu José Luís Carneiro, o Governo “continua em diligências permanentes, tendo em vista acompanhar eventuais necessidades”.
Finalmente, em relação aos Estados Unidos, as autoridades locais norte-americanas transmitiram ao Governo português que “todos os cuidados de prevenção foram adotados para que, quando ali chegar o furacão [Irma], se possa minorar os efeitos do mesmo”.
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