“Deveu-se nomeadamente a dois fatores - umas situações em São Jorge e nas Flores, que tiveram a ver com infiltração de água nas habitações, com o levantamento das telhas, e depois temos a situação de 19 pessoas na cidade da Horta, que necessitaram ser realojadas, porque houve galgamento do mar na zona da Avenida 25 de Abril”, adiantou aos jornalistas o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, Carlos Neves.
Também o número de ocorrências aumentou para 93, tendo a maior parte sido registada na ilha do Faial (43), que foi “bastante afetada”.
“As ocorrências têm aumentado, nós vamos já com 93 ocorrências. Isto prende-se principalmente com o agravamento do estado do mar e também com o normal acordar das pessoas, que então se deparam com árvores caídas e caminhos interrompidos”, adiantou o responsável pela Proteção Civil açoriana.
Segundo Carlos Neves, as 26 pessoas “já se encontram realojadas” e a situação “foi rapidamente resolvida pelos serviços em todas as ilhas”.
“Há que frisar, no meio deste número considerável de ocorrências, que não se registou nenhum ferido, nenhuma vítima e isso é o que nos deixa mais descansados”, apontou.
Na ilha das Flores registaram-se “graves danos” no porto das Lajes, onde “parte do molhe foi engolido pelo mar, assim como um edifício de apoio à estrutura portuária e alguns contentores”.
O aviso meteorológico “vai-se manter vermelho mais umas horas” e o número de ocorrências poderá “aumentar ao longo da manhã”.
“O vento continuará no grupo Central agora até à hora do almoço, nas Flores continuará a manter-se e daqui a duas horas irá decrescer ligeiramente”, disse Carlos Neves, que espera que “ao início da tarde” se passe a aviso meteorológico amarelo.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) dos Açores declarou hoje que o período crítico do furacão "Lorenzo" decorria até às 09:00 da região (10:00 em Lisboa), afetando maioritariamente as ilhas das Flores e do Corvo.
"O centro do furacão já passou" a oeste da ilha das Flores, e encontra-se a caminho de norte/noroeste, "com tendência a afastar-se" progressivamente da ilha do grupo ocidental, declarou a meteorologista Vanda Costa à agência Lusa, falando pouco depois das 05:30.
O primeiro-ministro, António Costa, disse perto das 09:00 de Lisboa (08:00 na região) que a situação de maior risco estava já ultrapassada.
Para as ilhas das Flores e do Corvo (grupo Ocidental), previam-se vento sueste rodando para noroeste com rajadas na ordem dos 190 km/hora (com uma probabilidade de 40% de a rajada máxima ser superior a 200 km/h), chuva por vezes forte e ondas de sul passando a sudoeste, com altura significativa entre 10 e 15 metros. A altura máxima de onda pode atingir os 25 metros.
A rajada máxima registada pelo IPMA foi de 163 km/h, no Corvo, às 08:25.
Já para o grupo Central (Pico, São Jorge, Faial, Graciosa e Terceira) eram esperados vento sudoeste com rajadas até 160 km/h, períodos de chuva e ondas de sudoeste passando a oeste com altura significativa entre nove e 12 metros, podendo a altura máxima de onda atingir os 22 metros.
Nas ilhas do grupo Oriental - São Miguel e Santa Maria – a previsão era de vento sul rodando para oeste com rajadas até 100 km/h, períodos de chuva e ondas de sudoeste com altura significativa entre sete e nove metros.
(Notícia atualizada às 10:29)
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