Com o fim, em maio, do financiamento pelo Programa Operacional de Inclusão Social e Emprego (POISE), o GIAV “enfrenta dificuldades financeiras” e conta apenas com uma verba da Segurança Social, que é “claramente insuficiente face à procura”, afirmou à agência Lusa Ana Isabel Lourenço, secretária-geral do Centro Paroquial de Torres Vedras, que gere o projeto.

Até maio, o GIAV atendia uma média de 62 casos por mês e, desde junho, só pode atender 11 utentes.

“O apoio que nos dão só dá para pagar um técnico a meio tempo e precisamos de dois a tempo inteiro, um assistente social e um psicólogo”, explicou.

Desde junho, o GIAV passou a funcionar apenas com o técnico a meio tempo, pago com o financiamento da Segurança Social, e “teve de voltar a Torres Vedras, deixando de fazer visitas descentralizadas a outros concelhos da região”.

No primeiro trimestre deste ano, o Centro Paroquial de Torres Vedras pediu apoio à Comunidade Intermunicipal (CIM) do Oeste, no sentido de suprir o financiamento em falta, mas não obteve até agora qualquer resposta.

Contactado pela Lusa, o presidente da CIMOeste, Pedro Folgado, esclareceu que o assunto “foi falado em junho” e que a sua “intenção é suportar o financiamento”, por considerar que se trata de um “projeto importante” para a região: “Não faz sentido acabar com ele”.

O autarca adiantou que vai levar o assunto à reunião do conselho da CIMOeste, na próxima semana.

A partir do dia 06, o Centro Pastoral vai também voltar a candidatar o projeto ao Programa de Celebração ou Alargamento de Acordos de Cooperação para o Desenvolvimento de Respostas Sociais, da Segurança Social, para vir a alargar o financiamento.

O GIAV foi criado em 2010 em Torres Vedras. Por receber vítimas de outros concelhos da região, passou em 2016 a efetuar visitas descentralizadas aos concelhos de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Cadaval, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche e Sobral de Monte Agraço.

Entre 2016 e 2019, atendeu 378 vítimas de violência doméstica, dos quais mais de metade correspondem a novos casos.

O atendimento de vítimas de violência doméstica aumentou 13,5% na região graças ao GIAV, contribuindo assim para não haver casos mortais.

O trabalho resultou da parceira entre GIAV, câmaras municipais e instituições de solidariedade social desses concelhos, Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, Segurança Social, Instituto do Emprego e da Formação Profissional, Ministério Público e Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Sul.