O antigo ministro da Educação e da Juventude, Gabriel Attal, torna-se assim aos 34 anos o mais jovem chefe de governo da república francesa e o primeiro homossexual a assumir este cargo. Attal tinha assumido o cargo de ministro em julho de 2023, depois de uma reformulação do governo.

Antes, Attal já tinha ficado conhecido durante a pandemia da COVID-19, quando era porta-voz do governo liderado por Jean Castex.

Recorde-se que já existia em França rumores de uma remodelação profunda do governo. A antiga primeira-ministra era uma funcionária pública tecnocrata e tornou-se a segunda mulher a chefiar o governo francês como primeira-ministra em maio de 2022, depois de Macron conquistar um segundo mandato até 2027.

Os seus 20 meses como chefe de um governo sem maioria absoluta no Parlamento foram marcados por uma alta tensão política, como durante a reforma da Previdência imposta por decreto, e por um episódio de distúrbios urbanos em meados de 2023.

No entanto, a aprovação, em dezembro, de uma reforma migratória, que o governo endureceu para obter o apoio da direita, dividiu o partido no poder, especialmente quando a extrema direita comemorou a "vitória ideológica" da nova lei.

Na sua carta de demissão citada pelo Le Monde, Elisabeth Borne afirma ter liderado “um governo que realizou reformas essenciais” e explica que "pretendia que os textos financeiros fossem [referindo-se à ausência de maioria absoluta], adotados, em condições sem precedentes, no Parlamento da França" e “às preocupações dos franceses”.

Referiu ainda que era “mais necessário do que nunca continuar as reformas”. Disse ainda a Emmanuel Macron “o quão apaixonada foi por esta missão, guiada pela preocupação constante, que partilhamos, de alcançar resultados rápidos e tangíveis para os nossos concidadãos”, confirmando a “vontade” de Emmanuel Macron de “nomear um novo primeiro-ministro”.