“O objetivo dos 2% do PIB para a Defesa é algo que nos está a mover já. Vamos constituir um grupo de trabalho conjunto onde vamos analisar onde caminhar até 2029, absorvendo e aumentando os montantes para a Defesa Nacional e para as Forças Armadas”, anunciou o general Nunes da Fonseca, na Academia Militar, no concelho da Amadora, Lisboa.
O CEMGFA falava no congresso da Associação de Auditores de Cursos de Defesa Nacional 2024, sob o tema “A Segurança e a Defesa na Europa – Desafios”, num painel composto pelos chefes militares dos três ramos das Forças Armadas e a secretária de Estado da Defesa Nacional, Ana Isabel Xavier.
O general Nunes da Fonseca sublinhou a importância de atrair e investir nos recursos humanos da Defesa mas avisou que “para a NATO o peso de recursos humanos é elevado” e a Aliança Atlântica “desejaria que baixasse, porque as outras componentes precisam de maior peso em termos de financiamento” como “a componente de recursos materiais”.
“Não esquecer também, e contribui para os 2%, as Forças Nacionais Destacadas – mais missões em nome da NATO, União Europeia e ONU contribuem para os 2% em Defesa e o apoio militar em emergências civis, investimento em equipamentos, em pessoas especializadas, etc. Tudo isto cativando pessoas para as Forças Armadas, valorizar a carreira militar, atrair jovens para servirem connosco”, acrescentou.
O general Nunes da Fonseca fez ainda uma breve referência ao facto de o Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, ter assinado hoje o decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares, depois de os Estados Unidos terem autorizado a Ucrânia a atacar solo russo com os mísseis de longo alcance: “É algo que nos marca e ficamos a pensar nessa decisão”, afirmou.
Sobre efetivos das Forças Armadas, momentos antes, a secretária de Estado da Defesa Nacional, Ana Isabel Xavier, defendeu que as medidas tomadas pelo Governo sobre aumentos de remunerações e suplementos dos militares já estão a surtir efeito e que “o ciclo” de decréscimo de efetivos “já se está a inverter”.
Perante o auditório, o general Nunes da Fonseca mostrou um quadro que mostrava a “reta descendente” de efetivos desde 2016 até hoje, com uma “inflexão em 2019” que as Forças Armadas chegaram a pensar ser uma inversão de ciclo mas que acabou por não ser.
“As medidas que foram tomadas, e como disse a senhora Secretária de Estado, vão no sentido de inverter esta tendência regressiva mas perdemos cerca de 750 militares em cada um destes anos, portanto, temos que inverter os recursos humanos que servem nas Forças Armadas”, realçou.
Comentários