O encontro, que decorre à porta fechada e sem cobertura jornalística, vai realizar-se num hotel, não especificado pelos organizadores, em Montreux até domingo (dia 02 de junho).

Num comunicado disponível na página na Internet deste restrito grupo, cuja existência está envolta num ambiente de secretismo, os organizadores apontam que a 67.ª edição deste encontro anual conta com cerca de 130 participantes de 23 países, incluindo de Portugal.

“Como sempre, um grupo diversificado de líderes políticos e especialistas dos setores da indústria, finanças, académico, trabalho e dos media foi convidado”, referem os organizadores, avançando os 11 tópicos que vão marcar as discussões este ano.

Entre os temas em debate constam os próximos passos da Europa, as alterações climáticas e a sustentabilidade, a China, a Rússia, o futuro do capitalismo, o ‘Brexit’ (saída britânica da União Europeia), o espaço e as ameaças cibernéticas.

A manutenção de “uma ordem estratégica estável”, o uso das redes sociais como armas e os dilemas éticos da inteligência artificial são outros dos tópicos da agenda do encontro.

Na lista de participantes divulgada pelo clube Bilderberg constam três nomes portugueses: o ex-primeiro-ministro e ex-presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso, a economista e membro do conselho de administração e da comissão de auditoria da REN (Redes Energéticas Nacionais) Estela Barbot e o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina.

O assessor e genro do Presidente dos Estados Unidos (Donald Trump), Jared Kushner, a líder dos democratas-cristãos alemães (CDU) e provável sucessora da chanceler Angela Merkel, Annegret Kramp-Karrenbauer, o governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, e o antigo primeiro-ministro italiano Matteo Renzi são outros dos nomes que integram a lista de participantes.

O líder do Partido Popular espanhol, Pablo Casado, a nova porta-voz do movimento Ciudadanos no Parlamento espanhol, Inés Arrimadas, e a presidente do Banco Santander, Ana Botín, figuram igualmente na listagem.

O grupo ou clube Bilderberg foi fundado em 1954 com o intuito de “promover o diálogo entre a Europa e a América do Norte" e tem o nome do hotel (na Holanda) onde decorreu a primeira reunião.

Os organizadores apontam que cerca de dois terços dos participantes são oriundos da Europa e os restantes da América do Norte.

Todas as reuniões Bilderberg seguem a chamada ‘Chatham House Rule’, ou seja, uma regra segundo a qual quem assistir aos encontros pode falar das ideias partilhadas nos encontros, desde que não identifique quem é que as expressou.

“Graças à natureza privada do encontro, os participantes participam como indivíduos e não em função dos respetivos cargos oficiais e, portanto, não estão vinculados às convenções dos respetivos cargos ou a posições pré-definidas”, salienta o grupo, cujo presidente é o francês Henri de Castries.

“Não há uma agenda detalhada, nenhuma resolução é proposta, nenhum voto é feito e nenhuma declaração de política é emitida”, conclui o comunicado da organização.

Ao longo dos anos, vários portugueses passaram por estes encontros, foi o caso de Francisco Pinto Balsemão (que deixou o conselho director do grupo em 2015 passando a sua pasta a Durão Barroso), António Costa, Jorge Sampaio, Vítor Constâncio, António Guterres, Pedro Santana Lopes, José Sócrates, António José Seguro, Paulo Portas ou Maria Luís Albuquerque.

Em junho de 1999, a vila de Sintra recebeu uma reunião (a única em Portugal) do Grupo Bilderberg.