“Teremos no terreno cerca de 200 militares em cada um dos dias”, afirmou em conferência de imprensa, em Fátima, distrito de Santarém, o capitão Carlos Canatário, comandante do Destacamento de Tomar da GNR, adiantando que o dispositivo é “multidisciplinar com diversas valências”.
Carlos Canatário explicou que haverá “patrulhas auto, moto, a cavalo, de bicicleta”.
“Temos também a particularidade de ter as valências de ‘Tourist Support Patrol’”, adiantou, assinalando que o número de visitantes estrangeiros a Fátima tem aumentado, pelo que “é muito importante a presença destes elementos que estão vocacionados para a vertente do turismo”.
Acrescem ainda nesta peregrinação internacional aniversária elementos ligados ao trânsito, investigação criminal, manutenção de ordem pública, inativação de explosivos e operações especiais.
De acordo com o capitão, há três grandes objetivos da GNR nesta peregrinação, “a segurança de todas as pessoas que se encontram em Fátima, com especial enfoque para o recinto do santuário”, que consegue comportar até 300 mil pessoas.
“Temos ainda uma preocupação forte no que respeita à prevenção da criminalidade. Os registos que temos tido nas grandes peregrinações indicam-nos que temos aqui duas tipologias de criminalidade, o furto de interior de veículo e o furto por carteirista”, referiu, explicando que a GNR vai adotar um dispositivo “muito próximo e vigilante” para se conseguir evitar a prática destes ilícitos.
Acresce ainda a questão das pessoas que se perdem no decurso da peregrinação, nomeadamente crianças e idosos, adiantou, aconselhando a que tragam sempre, além da identificação, um contacto telefónico da pessoa que os acompanha.
Carlos Canatário informou que, apesar de esta peregrinação não coincidir com uma visita papal, como sucedeu em maio de 2017, são esperados milhares de fiéis, tanto mais que decorre no fim de semana, quando muitas pessoas não trabalham, sendo previsível que se desloquem em viatura própria.
“Temos muita gente a dirigir-se para Fátima (…), estamos a prever mais uma vez que o recinto fique completamente lotado”, afirmou, referindo, citando dados do santuário, que já estão inscritos no santuário 86 grupos de 17 países diferentes e, de acordo com o Movimento da Mensagem de Fátima, estão anunciados 35 mil peregrinos a pé.
Segundo o comandante, a GNR não espera menos pessoas do que o ano passado, pelo que mantém “um dispositivo muito reforçado”.
Em Fátima, a GNR conta, desde quinta-feira e até domingo, com uma militar da Gendarmaria Nacional francesa e outra da Guardia Civil espanhola, no âmbito da cooperação entre as três forças militares, disse ainda o capitão, considerando que esta é uma “mais-valia” para quebrar barreiras de comunicação que possam surgir.
Questionado sobre as ameaças à segurança, o comandante do Comando Territorial de Santarém, tenente-coronel Paulo Silvério, reconheceu que “não existem eventos desta magnitude de risco nulo”.
“O que vos posso segurar é que a GNR tem o dispositivo policial necessário para fazer face a qualquer tipo de ameaça”, declarou, convicto de que a peregrinação vai “decorrer com toda a tranquilidade” e que esta força de policial tem os meios “para garantir a segurança das pessoas”.
“O nível de ameaça não se agravou, pelo contrário”, precisou, para acrescentar que à medida que se executam este tipo de operações policiais o policiamento vai sendo refinado, pelo que a GNR está mais apta “a fazer face a outras necessidades que em anos anteriores” não estava tão desperta.
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