"Temos uma parceria com a empresa Tekever que tem um duplo objetivo. Por um lado, este projeto permite testar esta plataforma informática que retira informação das redes sociais para conseguir apoiar a decisão e, por outro, permite treinar as equipas das GNR", disse à Lusa o major Cura Marques, responsável da GNR pelo exercício.
O exercício testa a utilidade das redes sociais numa simulação de um sismo com várias réplicas e decorre no âmbito do projeto europeu "Soteria", que se realizou no Parque Empresarial da Baía do Tejo, no Barreiro.
"Todas as redes sociais têm um manancial de informação enorme, mas como é muita informação é quase impossível analisar sem uma plataforma que permita retirar o importante. Já foram efetuados vários exercícios e vamos caminhar na direção da perfeição, de atingir os objetivos a que se propõe", salientou Cura Marques.
No exercício de hoje, os militares da GNR no terreno foram chamados a intervir em várias situações de emergência, entre as quais o auxílio a vítimas soterradas em escombros após o colapso de uma fábrica, derramamento de produtos altamente inflamáveis e busca e salvamento de três vítimas de um acidente rodoviário com queda do veículo no rio.
"Temos três especialidades com 20 homens cada. Temos a especialidade de matérias perigosas, a equipa de regaste subaquático e a equipa de busca e resgate em estruturas colapsadas, apoiados por cerca de 20 veículos. Este tipo de equipas precisa de treinos constantes para manter os seus padrões de exigência e estes exercícios são fundamentais para manter capacidades e melhorar os procedimentos", explicou.
Pedro Sinogas, administrador da empresa Tekever, disse à Lusa que a gestão da informação nas redes sociais é "cada vez mais crítica", salientando que a filtragem é muito importante.
"Uma informação numa rede social que leve as forças de segurança a um local errado está a desviar recursos que podem salvar vidas se estiverem no local certo. O resultado final deste projeto é um conjunto de ferramentas que dão suporte para a gestão da informação. Este exercício serve de teste final a essas ferramentas, que já estão desenvolvidas", explicou.
Segundo Pedro Sinogas, os cidadãos utilizam as redes sociais e as ferramentas nos postos de comando analisam depois a informação e alimentam a coordenação das forças de proteção civil.
"Estamos aqui com a GNR a promover o suporte da tecnologia à resolução de crises e catástrofes em ambientes europeus, de como se deve gerir a informação crítica e evitar situações de pânico. É um trabalho europeu e nós damos o suporte para fornecer métodos e ferramentas às forças de autoridade", concluiu.
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