Desde que assumiu o cargo em janeiro, o número de pessoas mortas pela polícia aumentou significativamente em comparação com anos anteriores.
Frequentemente criticado por organizações de direitos humanos devido às suas políticas, Witzel tentou justificar a sua dura posição durante uma reunião com jornalistas estrangeiros na noite de terça-feira.
Segundo o governador, traficantes de droga que operam nas favelas, bairros pobres onde quase um quarto da população do Rio de Janeiro vive, “violam crianças, matam inocentes e usam as pessoas como um escudo humano para vender drogas”.
“Em que é que eles são diferentes do Hezbollah? Em nada”, afirmou Witzel, um ex-juiz abertamente pró-Israel, referindo-se ao movimento xiita libanês que se encontra em conflito com o Estado judaico há décadas.
“Devemos ser tolerantes com o Hezbollah quando eles usam bombas e mísseis contra o povo de Israel? Não. O que é feito em Israel será feito no Rio”, frisou o político.
O governador acrescentou ainda que “não pode ser conciliador com as pessoas que estão na rua com espingardas de assalto”.
“A mensagem é clara: se você não quer morrer, não saia com uma espingarda de assalto à rua”, reforçou.
Nos primeiros cinco meses do seu mandato, 731 pessoas morreram em operações policiais, um aumento de 19,1% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com os últimos dados oficiais.
Witzel já tinha causado polémica logo após a sua eleição, quando anunciou que usaria atiradores de elite para abater qualquer suspeito armado.
Em maio, um vídeo de Witzel a bordo de um helicóptero da polícia, enquanto os agentes disparavam sobre uma favela, gerou controvérsia.
No entanto, o governador acusa os meios de comunicação de mostrar uma visão tendenciosa das operações policiais, sem mostrar o que os “terroristas” fazem.
“É como falar sobre a Segunda Guerra Mundial, ignorando o que os nazis fizeram, e mostrando apenas os bombardeamentos britânicos em Dresden e Berlim”, concluiu o ex-juiz federal e ex-fuzileiro naval
No encontro com jornalistas estrangeiros na terça-feira, Wilson Witzel foi questionado se pretendia concorrer futuramente à Presidência brasileira, ao que respondeu: “Sem dúvida. É só uma questão de tempo”, sem especificar, porém, quando pretende disputar o cargo.
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