A vacinação contra a covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo vai ser acelerada nas faixas dos 40 e 30 anos para reforçar as medidas de controlo da evolução epidemiológica, após um aumento de infeções, anunciou hoje o Governo.
“Haverá uma aceleração no processo de vacinação em Lisboa, começando a vacinação na faixa dos 40 anos no dia 06 de junho e na [faixa] dos 30 anos a partir de 20 de junho”, afirmou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, numa conferência de imprensa de apresentação das medidas a implementar na região de Lisboa e Vale do Tejo.
Entretanto, ao jornal digital 'Observador' fonte do grupo de trabalho responsável pela vacinação disse que as datas se aplicam para todo o país. O SAPO24 está a tentar confirmar esta afirmação, mas, até à hora em que este texto foi atualizado, tal não foi possível.
A conferência decorreu no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), em Lisboa, com a participação também do presidente do INSA, Fernando Almeida, e do diretor de Serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde, André Peralta Santos.
António Lacerda Sales explicou que, “por ser uma região mais populosa, Lisboa e Vale do Tejo está ligeiramente mais atrasada na vacinação do que outra regiões, tendo 32% da população já vacinada como pelo menos uma dose”, apresentando como exemplo o caso da região Centro em que 38% da população já está vacinada.
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde disse que os instrumentos que hoje estão disponíveis para fazer face à situação epidemiológica e pandémica são bem diferentes do que existiam há uns meses, referindo-se à testagem massiva, à vacinação, ao rastreamento e ao reforço das ações ao nível da saúde pública, o que permite ter “maior capacidade de antecipação e de ação”.
“A incidência cumulativa [de casos de covid-19] a 14 dias por 100 mil habitantes no concelho de Lisboa tem tido uma tendência crescente desde o início do mês de maio, esta é uma situação que nos preocupa e que deve ser encarada como um sinal de alerta, e reforço: de alerta, não de alarme”, declarou o governante, acrescentando que a densidade populacional e os movimentos pendulares na região de Lisboa e Vale do Tejo fazem com que a dispersão seja maior, o que aumenta o risco de transmissão da doença.
Por essa razão é preciso “atuar de forma articular, preventiva e proativa, ou seja, testando de acordo com uma estratégia de promoção e operacionalização de testagem e, assim, quebrando cadeias de transmissão”, apontou António Lacerda Sales, falando num reforço nas medidas que permitam “controlar qualquer possibilidade de evolução da situação epidemiológica”.
Nesse sentido, o Ministério da Saúde, a Câmara Municipal de Lisboa, a Direção-Geral da Saúde, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo têm reunido esforços de forma proativa e antecipando um crescimento de incidência, através de “um conjunto de medidas, muitas das quais estão já a ser aplicadas”.
Apresentado os dados da situação epidemiológica da covid-19 no concelho de Lisboa, o diretor de Serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde, André Peralta Santos, descreveu a curva da incidência cumulativa a 14 dias de casos de infeção, em que no início do mês de maio se verificou “uma inversão de tendência e um aumento do crescimento” e, “atualmente, tem uma incidência de 143 casos por 100 mil habitantes e um Rt (índice de transmissibilidade) de 1,14”.
“Isto quer dizer que a incidência está acima de 120 [casos por 100 mil habitantes] e que a epidemia está a aumentar, porque o Rt é superior a 1”, explicou.
Relativamente à dispersão geográfica, com dados de 10 de maio e de 23 de maio, verifica-se que as maiores incidências se concentram nas freguesias do centro da cidade de Lisboa e que, ao longo dos últimos dias, houve um aumento nos territórios circundantes, expôs o diretor de Serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde.
“À medida que nos vamos aproximando do tempo presente, há uma dispersão do aumento”, disse André Peralta Santos, explicando que, “em vez de aumentar a incidência só nas freguesias do centro, já estão a aumentar também nas freguesias mais da periferia da cidade e, inclusive, noutros concelhos”.
No âmbito desta dinâmica, “nas freguesias do centro do concelho de Lisboa parece haver um abrandamento e até uma diminuição da incidência”, apontou o especialista.
No que diz respeito à faixa etária dos casos de infeção dos últimos 14 dias em Lisboa, concentram-se na população do adulto jovem, entre os 20 e os 40 anos, indicou diretor de Serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde.
Em relação à testagem, com dados das semana de 10 a 16 de maio e de 17 a 23 de maio, “houve um ligeiro aumento dos testes”, de 22 mil testes para 23 mil testes, “mas também houve um aumento da positividade”.
“Realmente, há um crescimento da incidência desde o início de maio para o concelho de Lisboa, que é superior ao da região e que é superior ao do país. Se o crescimento se mantiver, é possível que o concelho atinja o patamar dos 240 casos por 100 mil habitantes dentro de duas a três semanas”, alertou André Peralta Santos.
Portugal registou hoje três mortes atribuídas à covid-19 e 375 novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2, indicou a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Os óbitos ocorreram na região Norte, na região Centro e nos Açores.
Quanto aos novos casos, dos 375 registados nas últimas 24 horas, a região de Lisboa e Vale do Tejo representa quase metade do total, com 175.
Os dados revelados hoje pela DGS mostram ainda que continua a haver uma diminuição dos casos ativos de infeção, totalizando agora 22.171, menos 297 do que na segunda-feira.
Questionado sobre se a medida não acaba por "beneficiar o infrator", o secretário de Estado da Saúde diz que "estamos a beneficiar medidas de saúde pública" e que a mesma medida seria aplicada noutras regiões do país.
Governo antecipa para esta semana programas de testagem nas escolas de Lisboa
O Governo vai antecipar a testagem à covid-19 nos estabelecimentos de ensino de Lisboa, face ao aumento de infeções na capital, anunciou hoje o presidente do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Fernando Almeida disse, em conferência de imprensa para anunciar novas medidas para conter a propagação da covid-19 na zona de Lisboa, que a testagem a alunos, docentes e não docentes de todos os níveis de ensino começa na maior parte dos casos já esta semana.
De acordo com o responsável, já na quinta-feira começa o programa de testagem em alunos, docentes e não docentes do ensino secundário dos estabelecimentos de ensino do concelho de Lisboa.
Para 31 de maio e 01 de junho está marcado o início do programa de testagem em docentes e não docentes do ensino pré-escolar e primeiro ciclo do ensino básico e ensino secundário nos estabelecimentos dos concelhos com taxa de incidência superior a 120 casos por 100.000 habitantes.
O programa de testagem em docentes e não docentes dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, também nos concelhos com mais de 120 casos de covid-19 por 100.000 habitantes está previsto para 14 a 18 de junho.
No ensino superior o reforço do programa de testagem em alunos, docentes e não docentes começa em 26 de junho, a mesma data para começar o programa de sensibilização e testagem em residências universitárias.
Táxis, restauração, hotelaria e zonas de diversão de Lisboa com reforço de testagem
Os profissionais de entregas, táxi e TVDE estão abrangidos por um reforço da testagem de covid-19 na região de Lisboa a partir de sexta-feira, enquanto nas zonas de concentração de restaurantes o programa arranca na segunda-feira, foi hoje anunciado.
Numa conferência de imprensa que juntou várias entidades públicas, em Lisboa, o coordenador da ‘task-force’ criada pelo Governo para a promoção do plano de testagem no âmbito da pandemia explicou que será desenvolvido, a partir do dia 28, “um programa de sensibilização e de testagem” junto dos prestadores dos serviços de entregas, táxis e transporte em veículos descaracterizados a partir de plataformas eletrónicas (TVDE).
“Quer isto dizer que vamos testar em proximidade nos locais onde estes profissionais exercem a sua profissão, em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa”, referiu Fernando Almeida, sublinhando também a articulação, neste processo, com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e laboratórios privados.
Segundo o também presidente do conselho diretivo do INSA, a testagem em massa na região de Lisboa abrange também zonas de habitual convívio entre os jovens, como a Avenida 24 de Julho, o Cais do Sodré, o Bairro Alto ou o miradouro de São Pedro de Alcântara, pontos de diversão noturna no centro da cidade de Lisboa.
“Vamos dirigir a nossa atenção através de unidades móveis, com a colaboração da Administração Regional de Saúde, da Câmara Municipal de Lisboa e equipas da Cruz Vermelha, no sentido de ter duas ações: testar e sensibilizar para a necessidade de distanciamento”, referiu Fernado Almeida, explicando que se pretende uma “testagem muito significativa”.
Também as zonas de grande circulação e ‘interfaces’ de transporte são alvo da atenção das autoridades, pelo que serão colocados “postos móveis de testagem”, que podem ser usados pelos passageiros, em locais como a Gare do Oriente.
O reforço da testagem incide também a partir do dia 31 de maio, com equipas móveis, nos setores da restauração, comércio, hotelaria e feiras, não numa lógica de “restaurante a restaurante, mas em regiões com aglomerados de restaurantes típicos”.
Fernando Almeida anunciou ainda que o Governo vai antecipar a testagem à covid-19 nos estabelecimentos de ensino de Lisboa, face ao aumento de infeções na capital: a testagem a alunos, docentes e não docentes de todos os níveis de ensino começa na maior parte dos casos já esta semana.
O programa de testes vai também abranger imigrantes e requerentes de asilo, em particular os residentes em pensões, espaços que em Lisboa estão muitas vezes sobrelotados.
Na conferência de imprensa, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, disse que a vacinação contra a covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo vai ser acelerada nas faixas dos 40 e 30 anos para reforçar as medidas de controlo da evolução epidemiológica: “Haverá uma aceleração no processo de vacinação em Lisboa, começando a vacinação na faixa dos 40 anos no dia 06 de junho e na [faixa] dos 30 anos a partir de 20 de junho”.
O governante disse que a tendência crescente de novos casos de covid-19 nesta região, registada desde o início do mês de maio, “é um sinal de alerta, não de alarme”.
Apresentando os dados da situação epidemiológica da covid-19 no concelho de Lisboa, o diretor de Serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde, André Peralta Santos, descreveu a curva da incidência cumulativa a 14 dias de casos de infeção, em que no início do mês de maio se verificou “uma inversão de tendência e um aumento do crescimento”.
“Atualmente, tem uma incidência de 143 casos por 100 mil habitantes e um Rt (índice de transmissibilidade) de 1,14”, referiu, explicando que “isto quer dizer que a incidência está acima de 120 [casos por 100 mil habitantes] e que a epidemia está a aumentar, porque o Rt é superior a 1”.
Relativamente à dispersão geográfica, com dados de 10 de maio e de 23 de maio, verifica-se que as maiores incidências se concentram nas freguesias do centro da cidade de Lisboa e que, ao longo dos últimos dias, houve um aumento nos territórios circundantes, expôs.
“À medida que nos vamos aproximando do tempo presente, há uma dispersão do aumento”, disse André Peralta Santos, explicando que, “em vez de aumentar a incidência só nas freguesias do centro, já estão a aumentar também nas freguesias mais da periferia da cidade e, inclusive, noutros concelhos”.
No que diz respeito à faixa etária dos casos de infeção dos últimos 14 dias em Lisboa, concentram-se na população do adulto jovem, entre os 20 e os 40 anos.
(Artigo atualizado às 21:37)
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