Para o triénio que começa em 2018, segundo o comunicado do Conselho de Ministros, ao Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, vão caber 13,4 milhões de euros, ao Teatro Nacional São João, no Porto, 14,7 milhões e, ao OPART, que gere a Companhia Nacional de Bailado e o Teatro Nacional de São Carlos, também em Lisboa, 51,4 milhões.

“A este valor acrescem verbas anuais a definir no Orçamento do Estado”, realça o comunicado.

De acordo com o Governo, “é, assim, assegurado àquelas entidades a prossecução da sua missão nas áreas do teatro, da música e da dança, em cumprimento do objetivo estabelecido no programa do governo de valorizar os teatros nacionais como polos de criação nacional”.

No mesmo comunicado, é anunciada a nomeação de Pedro Manuel Souto de Morais Gonçalves Proença para vogal do conselho de administração do D. Maria II, em substituição de Sofia Campos, entretanto nomeada para a direção artística da Companhia Nacional de Bailado.

Os contratos-programa com os teatros nacionais têm sido alvo de sucessivos adiamentos desde o ano passado. Em março, o secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado, havia dito à Lusa que os contratos-programa plurianuais para os teatros nacionais estavam prontos para ser assinados ainda naquele mês.

Em dezembro, depois de um outro adiamento em agosto de 2017, Honrado afirmou que os contratos-programa plurianuais para os teatros nacionais entrariam em vigor “no início de 2018” e iriam permitir “um ‘recentramento’ da missão na criação teatral”.

Na altura, o governante destacou os contratos-programa, válidos para três anos, como “instrumentos fundamentais para uma planificação mais importante dos teatros”, e elencou várias “preocupações relacionadas com a missão dos teatros nacionais”.

“Essa missão foi sendo perdida, no meu entender, durante os últimos anos, devido ao quadro que atravessámos, e que é uma missão eminentemente de criação teatral”, asseverou Honrado então, que garantiu que “um dos objetivos que está bastante bem escrito nos contratos é a reorientação dos teatros nacionais para esta missão, única e inerente ao próprio conceito de teatro nacional”.

O governante pretende que os três teatros nacionais possam recentrar-se “naquilo que é os teatros serem núcleos de criação teatral”.

Miguel Honrado deixou ainda ao critério das instituições a concretização do objetivo “com elencos fixos”, como acontece no D. Maria II, ou “com elencos que se vão progressivamente contratando para determinado tipo de criações”, como no São João, com a “linha de missão dos teatros nacionais como unidades de criação teatral” a ser “determinante”.