O Ministério da Justiça boliviano apresentou hoje uma segunda denúncia contra o ex-presidente por um novo alegado caso de violação de uma menor, com quem Evo Morales teve um filho, informou o vice-ministro, Guido Melgar.
O vice-ministro explicou que o órgão recebeu uma denúncia anónima, corroborada pelo Registo Civil e pelo Serviço Geral de Identificação Pessoal. Essa verificação permitiu constatar que a menor “tinha uma relação sentimental com Juan Evo Morales Ayma e teria engravidado, aos 15 anos e cinco meses, tendo uma filha em 2016, em fevereiro, quando tinha 16 anos”, acrescentou Melgar.
“A menor existe, a mãe existe e a criança tem Juan Evo Morales Ayma como pai registado”, afirmou.
A documentação foi enviada esta segunda-feira à Gabinete de Defesa da Criança e do Adolescente da câmara de La Paz, capital da Bolívia, para que o órgão tome conhecimento e possa, eventualmente, apresentar uma ação criminal.
De acordo com o código penal boliviano, qualquer relação sexual entre um adulto e um menor de 18 anos é considerada uma violação, mesmo que haja consentimento por parte deste último. É um crime punido por uma pena que pode ir dos 3 aos 6 anos de prisão.
Na semana passada, o Ministério da Justiça denunciou ao Ministério Público o mesmo ex-presidente (2006-2019), refugiado na Argentina desde o final do ano passado, após renunciar ao cargo a meio de uma revolta social, desencadeada por denúncias de fraude contra a sua reeleição em outubro.
Na primeira denúncia está a jovem Noemí M., hoje com 19 anos, com quem teria iniciado um alegado relacionamento com Morales quando ainda era menor de idade (14 anos). De acordo com o 'El País', o ex-presidente e a jovem conheceram-se em 2016, quando Noemí era menor de idade. "É meu namorado desde 24 de maio de 2020. Antes era meu amigo, mas tínhamos um tratamento diferente", declarou a mulher à Força Especial de Luta Contra o Crime.
O Movimento pelo Socialismo (MAS), de Morales, diz que essas denúncias são incentivadas pelo governo interino de direita que têm um objetivo político, nomeadamente a campanha para as eleições presidenciais e legislativas de 18 de outubro (adiadas já por duas vezes).
A presidente interina, Jeanine Áñez, está há quase um ano no cargo e justifica os adiamentos como melhor solução para o seu Governo se concentrar no combate à pandemia e na recuperação da economia.
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