O diretor-geral da Lamia, Gustavo Vargas Gamboa, foi piloto presidencial entre 2001 e 2007, abrangendo os dois primeiros anos de mandato do atual presidente da Bolívia, Evo Morales.

“Queremos dizer de forma categórica que não há nenhum tipo de ligações entre o Governo e esta empresa, de maneira nenhuma”, afirmou Quintana.

O ministro informou que o general reformado da Força Aérea Gustavo Vargas foi piloto do avião presidencial desde o ano 2001, durante os mandatos dos ex-presidentes Hugo Bánzer, Jorge "Tuto" Quiroga, Gonzalo Sánchez de Lozada, Carlos Mesa e Eduardo Rodríguez Veltzé.

Vargas pediu a reforma em 2007 e desde então teve apenas "algum contacto esporádico" com o presidente, realçou.

O ministro salientou que a Procuradoria e uma comissão de investigação dirigida pelo ministério das Obras Públicas (que tem a tutela do tráfego aéreo) devem investigar o vínculo familiar existente entre o general reformado e o diretor do registo aeronáutico nacional da Direção Nacional da Aeronáutica Civil (DNAC), Gustavo Vargas Villegas.

“A mim, chama-me muito a atenção que ‘por acaso’, entre aspas, seja o filho do general Vargas o responsável pela atribuição das licenças”, disse, questionando se se trata de tráfico de influências.

Quintana confirmou igualmente as palavras de Morales, que disse na sexta-feira não saber que a Lamia era uma companhia licenciada pela Bolívia.

“Não fomos informados pela DNAC sobre a atribuição de uma licença para o funcionamento de uma linha comercial com esta empresa”, reforçou o ministro.

O avião da companhia boliviana Lamia despenhou-se na noite de 28 de novembro perto de Medellín, um acidente que causou a morte a 71 pessoas, incluindo jogadores, equipa técnica e diretores do clube de futebol Chapecoense, bem como jornalistas e tripulantes do avião, deixando apenas seis sobreviventes.