“Julgo que estão reunidas as condições para que esta ambição de um espaço comum da Macaronésia, de cooperação, de concertação, de diálogo e de maior proximidade entre os seus territórios possa ser uma realidade”, adiantou.
Vasco Cordeiro falava, em declarações aos jornalistas, após ter recebido em audiência as presidentes da Assembleia Legislativa dos Açores, Ana Luísa Luís, e do Parlamento das Canárias, Carolina San Sebastián, e os presidentes da Assembleia Legislativa da Madeira, José Tranquada Gomes, e da Assembleia Nacional de Cabo Verde, Jorge Santos, que participam de hoje a terça-feira nas IX Jornadas Parlamentares Atlânticas, nos Açores.
Segundo o presidente do executivo açoriano, à semelhança da Cimeira da Macaronésia, que decorreu no início de junho nos Açores, as Jornadas Parlamentares Atlânticas têm como objetivo o reforço da identidade e da importância da Macaronésia.
Vasco Cordeiro admitiu que o próximo quadro comunitário de apoio é uma das preocupações comuns às três regiões europeias (Açores, Madeira e Canárias) e a Cabo Verde, que tem uma “parceria especial” com a União Europeia, mas salientou que a relação entre os territórios da Macaronésia vai mais além.
“Este reforço de cooperação e de ligação não pode, na minha opinião, ser visto apenas na perspetiva daquilo que nós queremos, reclamamos, pretendemos de outros, no caso a União Europeia. Este reforço de cooperação vale em si mesmo, por aquilo que se traduz de criação de um espaço comum de cooperação, de concertação de posições, entre estes territórios da Macaronésia”, apontou.
O presidente do Governo Regional dos Açores realçou a “presença forte” dos quatro territórios da Macaronésia no Atlântico, alegando que “têm todas as razões para que o reforço dessa cooperação se possa traduzir de forma complementar em benefício das suas economias e das suas populações”.
Vasco Cordeiro adiantou que os governos dos Açores, da Madeira, das Canárias e de Cabo Verde estão a trabalhar para identificar os “principais fatores de bloqueio”, que não passam apenas pelos transportes, para que possa existir uma maior cooperação económica entre territórios que se podem complementar.
“Esperamos naturalmente que também ao nível dos parlamentos mereça atenção, incentivo e impulso para este trabalho que está a ser feito”, disse.
Ana Luís, presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, admitiu igualmente que os fundos comunitários serão uma das questões a debater nestas jornadas parlamentares, num grupo que se irá debruçar sobre a ultraperiferia, mas realçou que existirão outros temas em análise.
“Naturalmente, não poderíamos esquecer o momento desafiante e o atual contexto, nomeadamente naquilo que as regiões ultraperiféricas têm a dizer e a exigir do que será o futuro deste quadro comunitário, mas também temos outros grupos de trabalho”, salientou.
Até terça-feira, as representações de cada parlamento vão dividir-se em quatro grupos, que para além da ultraperiferia debaterão temas como economia, turismo, transportes, setor primário, ambiente, cultura, história, educação e igualdade de género e de oportunidades.
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