“Tendo em conta a intensidade da atividade sísmica e o nível de risco vulcânico que está identificado com o nível de alerta V4, entendemos que não é aconselhável deslocações para São Jorge que não sejam por razões estritamente necessárias”, afirmou o governante à agência Lusa, nas Velas.
O secretário regional falava após ter participado numa reunião com o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, com o presidente da Câmara das Velas e com os responsáveis do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica (CIVISA) e da Proteção Civil.
Clélio Meneses desaconselhou as deslocações para São Jorge, sugerindo o adiamento das atividades desportivas ou culturais marcadas para a ilha.
“Na ocorrência de uma situação de sismo de maior magnitude ou de uma erupção vulcânica será maior o número de pessoas" a retirar e por isso, nesta fase, "não se aconselha que haja deslocações para São Jorge do exterior”, acrescentou.
Acesso às fajãs de São Jorge vai ser proibido, mas não se sabe a quais
O acesso às fajãs de São Jorge vai ser proibido devido à crise sísmica, disse hoje o presidente do governo açoriano, embora ainda não tenha sido definido se a proibição vai abranger toda a ilha.
Em declarações aos jornalistas na ilha de São Jorge, após uma reunião com o presidente da Câmara das Velas e com os responsáveis do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica (CIVISA) e da Proteção Civil, José Manuel Bolieiro apelou ainda às pessoas para abandonarem as fajãs da ilha.
“Pessoas que estejam nas fajãs, a nossa recomendação é evacuarem e proibição de acesso. Estamos agora a definir o perímetro e que fajãs. Se todas as da ilha ou no perímetro relativamente à iminência que está a acontecer. É uma definição que está a ser preparada e que hoje vai ser decidida”, afirmou.
José Manuel Bolieiro, que lidera o Governo Regional PSD/CDS-PP/PPM, acrescentou que a decisão de apelar às pessoas para abandonarem as fajãs também vai ser tomada “tendo em conta a informação meteorológica”, uma vez que está prevista chuva para os próximos dias em São Jorge, que poderá dificultar operações de resgaste.
O governante reforçou que está “tudo preparado” caso seja necessário proceder à retirada das pessoas da ilha.
“Não travamos ninguém dessa oportunidade de se ausentar da ilha porque não estamos a promover um exercício comunicativo alarmista. No entanto, vemos com bons olhos essas opções e estamos a assegurar os meios necessários”, apontou.
A ilha de São Jorge tem mais de sete dezenas de fajãs - pequenas planícies junto ao mar que tiveram origem em desabamentos de terras ou lava – que são, desde 2016, Reserva da Biosfera da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura e dos locais mais procurados pelos turistas.
A atividade sísmica na ilha de São Jorge "continua acima do normal" e nas últimas horas "foram sentidos 11 sismos", informou hoje o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).
Na quarta-feira, o CIVISA elevou o nível de alerta vulcânico na ilha de São Jorge para V4 (de um total de cinco), o que significa “possibilidade real de erupção”.
Perante este cenário, o executivo açoriano recomendou à população com maiores vulnerabilidades da principal zona afetada na ilha de São Jorge que abandone as suas casas.
Também na quarta-feira, a Proteção Civil dos Açores ativou o Plano Regional de Emergência devido à elevada atividade sísmica que se regista em São Jorge desde sábado.
Os planos de emergência municipais dos dois concelhos da ilha, Calheta e Velas, também já foram ativados.
A ilha está organizada administrativamente em dois concelhos, Velas e Calheta, onde vivem, respetivamente, 4.936 e 3.437 pessoas, segundo os dados provisórios dos censos da população de 2021.
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