“O que acordámos foi estar de forma conjunta, tanto o Governo como a Igreja Católica, para encontrar uma saída que, obviamente, não pode ser Almudena”, disse hoje aos jornalistas a vice-presidente, Carmen Calvo.

Depois da reunião que teve na segunda-feira em Roma com o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, o executivo espanhol mudou a sua posição inicial, de que nada podia fazer para impedir que Francisco Franco fosse enterrado em pleno centro de Madrid, numa cripta que a filha de Francisco Franco comprou à Igreja, na catedral de Almudena.

Carmen Calvo explicou que o corpo do ditador não podia ir para nenhum local onde possa ser “enaltecido ou homenageado”.

O parlamento espanhol aprovou em setembro a proposta do Governo socialista a autorizar a exumação dos restos mortais do ditador Francisco Franco do mausoléu no Vale dos Caídos, nos arredores de Madrid, onde estão desde a sua morte.

A decisão foi tomada por 172 votos a favor, dois contra e 164 abstenções, entre as quais as dos deputados do Partido Popular (direita) e Cidadãos (direita liberal).

Francisco Franco Bahamonde foi um militar espanhol que integrou o golpe de Estado que, em 1936, marcou o início da Guerra Civil Espanhola, tendo exercido desde 1938 o lugar de chefe de Estado até morrer em 1975, ano em que se iniciou a transição do país para um sistema democrático.

Em nome de uma suposta “reconciliação” nacional, Franco transferiu a partir de 1959 os restos mortais de 37.000 vítimas – nacionalistas e republicanos – da guerra civil para o local que é visto como exaltador da ditadura franquista.

O Governo espanhol indicou sua intenção de completar a exumação do corpo do ditador até ao fim do ano.

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