“A estratégia da TAP para a retoma da atividade, quase deixando de fora o Aeroporto do Porto, é um insulto ao Norte de Portugal. O desrespeito da companhia aérea estende-se a todo o País, na medida em que esta atitude centralista prejudica a coesão e o desenvolvimento nacionais”, afirma o presidente da Federação Distrital do Porto do PS, Manuel Pizarro, numa declaração enviada à Lusa.
O plano de retoma das operações da transportadora aérea foi conhecido na segunda-feira e prevê 27 voos semanais até ao final de junho e 247 no mês seguinte, sendo a maioria de Lisboa.
O socialista considera que “a TAP, como companhia aérea de bandeira, não pode abandonar o Norte e reclamar em simultâneo uma contribuição financeira do Estado que lhe garanta a sobrevivência, já que o investimento público não é aceitável se a TAP não servir todos os portugueses”.
O Governo não pode ignorar, por isso, “a marginalização do Porto e do Norte, arquitetada pela gestão privada da TAP”, defende Pizarro, sublinhando que “não é para isto que serve uma empresa pública estratégica”.
Na nota enviada à Lusa, o presidente da Federação Distrital do PS do Porto salienta que o Aeroporto do Porto distingue-se como uma infraestrutura indispensável para o desenvolvimento económico e para o sucesso do turismo na região, “sendo ainda fundamental como plataforma de ligação a várias cidades europeias, beneficiando o tráfego aéreo de e para todo o Norte da Península Ibérica”.
A companhia aérea já tem a informação da retoma da atividade disponível no seu ‘site’, avisando que as rotas podem vir a ser alteradas caso as circunstâncias o exijam.
O plano da TAP para julho prevê a reposição das ligações diretas do Porto a Paris, Luxemburgo e à Madeira.
A transportadora aérea tem a sua operação praticamente parada desde o início da pandemia, à imagem do que aconteceu com as restantes companhias, prejudicadas pelo confinamento e pelo encerramento de fronteiras para conter a covid-19.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 346 mil mortos e infetou mais de 5,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Quase 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.342 pessoas das 31.007 confirmadas como infetadas, e há 18.096 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
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