“Os portugueses ficam já a saber que não há razão de nenhuma preocupação relativamente à exposição do nosso país ao petróleo russo”, disse Duarte Cordeiro, frisando que “não é significativo” o nível de exposição “mesmo em relação ao gás” com origem na Federação Russa.
Questionado pela agência Lusa em Vila Nova de Anços, concelho de Soure, distrito de Coimbra, o ministro do Ambiente reagia a uma eventual proibição das importações europeias de petróleo à Rússia, a concretizar gradualmente até final do ano devido à dependência de alguns países, na sequência da guerra na Ucrânia.
Esta proposta foi hoje avançada em Estrasburgo, França, pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
“No último pacote de sanções, começámos com o carvão, agora estamos a abordar a nossa dependência do petróleo russo. Sejamos claros, não vai ser fácil [pois] alguns estados-membros são fortemente dependentes do petróleo russo, mas temos simplesmente de trabalhar nesse sentido e propomos agora uma proibição do petróleo russo”, afirmou Ursula von der Leyen, ao intervir na sessão plenária do Parlamento Europeu.
O ministro português Duarte Cordeiro recordou que, no contexto das sanções à Rússia, que em 24 de fevereiro iniciou uma invasão militar da Ucrânia, o Governo “tem sempre adotado posições de conjunto”, solidariamente com os restantes países membros da União Europeia (UE).
Admitindo que outros Estados da UE estão numa situação de maior dependência dos combustíveis fósseis russos, Duarte Cordeiro afirmou, contudo, que, caso aquela proibição venha a concretizar-se, “não há razão de nenhuma preocupação” em Portugal, “a não a ser a subida dos preços que pode originar”.
Neste capítulo, adiantou, “o Governo está muito atento”, com o objetivo de “verificar se os preços [da gasolina e do gasóleo] praticados correspondem à expectativa” dos portugueses.
“Esperamos que durante o dia de hoje possamos dar essa informação”, disse aos jornalistas o ministro do Ambiente e da Ação Climática, frisando que “não é certo que esteja necessariamente a haver um funcionamento anormal dos preços”, com incumprimento da sua redução.
Além da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), acrescentou, “também a Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE) está a fazer essa fiscalização” aos postos de abastecimento e até, nalguns casos, as duas entidades promovem ações em conjunto.
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