O governante falava em Bragança, na apresentação do dispositivo de combate a fogos florestais para o distrito, tendo afirmado durante o discurso que está a pensar avançar, na próxima semana, com “uma medida de exceção que é pura e simplesmente proibir” a realização de queimadas.
Em declarações aos jornalistas, o secretário de Estado explicou que a intenção é “antecipar para algumas zonas” do país a proibição de queimadas, que já é lei durante o verão, o chamado período crítico dos incêndios florestais, que este ano se antecipou com um número de fogo considerado “atípico” e uma área ardida de cerca de onze mil hectares.
“E está a ser pelo comportamento das pessoas que isto está a acontecer, por muitas queimadas de sobrantes que neste momento é autorizada. Vamos repensar se não podemos proibir que essas queimadas sejam feitas, porque nós temos de estancar este tipo de incêndios num período como é este”, afirmou.
Jorge Gomes ressalvou que, se a proibição avançar, “as queimadas podem na mesma ser feitas, mas têm de obedecer a determinadas regras e a determinados requisitos”.
“As pessoas podem queimar. Só que têm de solicitar à Câmara Municipal ou dar conhecimento à Câmara Municipal e aos bombeiros para acompanharem o processo da queimada, para que não haja desenvolvimento para grandes incêndios”, indicou.
O secretário de Estado afirmou que “um grande contributo” para o número de fogos a que o país está a assistir “vem dessa área, que é, não só da queima de sobrantes de floresta, como de queimadas de pastorícias”.
Segundo o governante, 2017 está a ser atípico em número de incêndios florestais, devido a “uma falta de humidade muito grande no solo” e porque “o terreno está muito seco, a matéria combustível está muito seca e qualquer ponto de fogo se desenvolve com muita rapidez”, .
“Agora não podemos continuar a admitir que as pessoas usem e abusem do fogo perfeitamente descontrolado”, afirmou.
Jorge Gomes alertou que o dispositivo de combate está este ano a partir para a época de fogo com a “desvantagem dos números”.
Os dados oficiais revelam que, de janeiro a 25 de abril de 2016, Portugal contabilizou 350 hectares de área ardida, enquanto este ano, no mesmo período soma já onze mil hectares”.
Conseguir reduzir a área ardida em relação ao ano anterior é um dos desígnios apontados pelo governante para a época oficial de fogos que arranca a 15 maio.
Jorge Gomes sublinhou que o principal desígnio continua, contudo a ser “mortes zero” , como aconteceu no ano anterior.
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