Nos últimos dias, surgiu a notícia de a búlgara Kristalina Georgieva, vice-presidente da Comissão Europeia, poderá entrar na corrida ao cargo de secretário-geral da ONU nos próximos dias, proposta pela Hungria, Croácia e Letónia, com o apoio da Alemanha.
"Não temos nenhum comentário a fazer. Apresentámos a nossa candidatura e os méritos dessa candidatura estão à vista", disse à Lusa o ministro Augusto Santos Silva, referindo-se ao antigo primeiro-ministro português António Guterres, que venceu as quatro votações até agora realizadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Questionado de que forma o Governo português veria a possibilidade de ser apresentada, nesta altura, uma candidatura, quando há vários meses os diversos candidatos têm participado em entrevistas e debates públicos, Santos Silva recordou que o processo de escolha do sucessor de Ban Ki-moon "está a decorrer e é muito complexo".
"Estamos ainda na fase de votações indicativas para ponderação de apoios e em todas as quatro votações até agora realizadas, o engenheiro António Guterres teve sempre os melhores resultados", sublinhou Santos Silva.
"Confiamos nos méritos da nossa candidatura e é para a nossa candidatura que olhamos", sublinhou o chefe da diplomacia portuguesa.
O chefe de gabinete do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, manifestou apoio público à eventual candidatura de Georgieva, que já foi entretanto rejeitada por Moscovo.
Na terça-feira, o primeiro-ministro búlgaro, Boiko Borissov, disse que a Bulgária vai continuar a apoiar a candidatura de Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO, pelo menos até 26 de setembro, quando ocorrerá a próxima votação na ONU. Caso nessa data Bokova não fique entre os dois primeiros candidatos nas votações da ONU, o Governo búlgaro vai repensar o assunto, realçou Borissov.
A escolha de um secretário-geral da ONU para suceder a Ban Ki-moon a partir de 1 de janeiro de 2017 deverá resultar de um compromisso entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido).
As possibilidades dos vários candidatos ficam mais claras a partir da votação de 26 de setembro, na qual os votos já serão lançados com boletins de voto com um código de cores.
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