"Estamos a trabalhar para que em setembro possa ser possível", disse o ministro que tutela a pasta da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, que fez o anúncio numa sessão de lançamento do programa nacional de remoção do amianto nos estabelecimentos de ensino, que decorreu na Escola Secundária da Ramada, no município de Odivelas, distrito de Lisboa.

O ministro disse que o Governo estava a preparar um conjunto de matérias e de trabalhos com as comunidades educativas "para que efetivamente o primeiro mês, as primeiras cinco semanas, sejam de plena recuperação e consolidação" de tudo aquilo que não foi possível fazer ao longo deste ano — desta forma, será possível apoiar aqueles alunos que tenham mais dificuldades.

De acordo com o ministro da Educação, nesta semana, por parte do Governo, haverá um diálogo com os diversos atores da educação, organizações que representam os trabalhadores, associações de diretores, confederações de pais".

"Falaremos com todos aqueles que, juntamente connosco, trilharam este caminho difícil destes últimos meses. Queremos que o próximo ano letivo seja bem mais normal do que este. Por isso, estamos também a trabalhar com as autoridades de saúde para saber quais os pilares com que nos podemos mover", adiantou o membro do Governo.

Governo "quer que o ensino seja presencial"

"Sabemos que o ensino à distância, tendo sido o possível neste período, não é obviamente o desejável. Estamos a trabalhar para que em setembro o ensino presencial possa ser possível e perene", acentuou o membro do Governo.

Ainda em relação ao próximo ano letivo, o ministro da Educação destacou que já está a ser preparado com as comunidades educativas "um conjunto de trabalhos para que, efetivamente, as primeiras cinco semanas sejam de plena recuperação e de consolidação de tudo aquilo que não foi possível fazer ao longo do presente ano letivo".

"Vamos apoiar todos aqueles que, por uma razão ou por outra, têm mais dificuldades. Por isso, vamos fazer uma aposta forte no apoio tutorial específico - apoio que já muitos alunos dos segundo e terceiro ciclo usufruem. Queremos alargar esse universo para podermos chegar a mais alunos", acrescentou.

Ano letivo foi "completamente diferente de todos aqueles que vivemos"

O primeiro-ministro, António Costa, também estava presente e salientou que o ano letivo foi "completamente diferente de todos aqueles que vivemos" e quis agradecer a "capacidade de adaptação" dos docentes, das famílias, dos auxiliares e de todos aqueles que permitiram que fosse possível transformar a escola.

"Aquilo que aprendemos este ano letivo vai ser precioso para o próximo. Sabemos que a época de exames decorre entre 1 e 7 de setembro e que a partir daí temos de retomar a atividade escolar. O primeiro objetivo que temos de ter no próximo ano letivo é recuperar os défices de aprendizagem deste ano", afirmou.

"Obviamente, o estudo em casa foi muito importante; o apoio da escola digital foi muito importante. Mas nada substitui o ensino presencial. Por isso, esse esforço de reforço de aprendizagem é o primeiro objetivo que temos de ter no arranque ano letivo e é assim que o iremos começar", explicou.

O primeiro-ministro aferiu ainda que será necessário um reforço "de tutoriais" durante todo o ano porque "temos de garantir a esta geração que não só não perdeu o ano como sobretudo não perdeu a oportunidade de aprender".

Neste contexto, António Costa retomou a defesa da tese de que "a avaliação é só um elemento desse processo de aquisição do conhecimento".

"Desejo a todos uma boa conclusão deste ano letivo e, sobretudo, uma boa preparação do próximo, que está preparado para jogar em todas as condições: Dentro da escola sempre que isso for possível, fora da escola sempre que for necessário, ou combinando uma e outra quando assim se impuser por razões de saúde pública", acrescentou.

(Notícia atualizada às 15:52)