De acordo com o documento, obtido pela TSF, o Ministério da Defesa Nacional pretende que a linguagem utilizada pelas Forças Armadas seja inclusiva e não discriminatória, principalmente no que toca às questões de género.
"Na língua portuguesa é comum o recurso à utilização do género masculino para designar as pessoas de ambos os sexos, o que gera indefinições quanto às pessoas, homens e mulheres a que se refere, e torna as mulheres praticamente invisíveis na linguagem", lê-se na diretiva, citada pela emissora, destinada ao Estado-Maior-General das Forças Armadas e aos três ramos militares (Exército, Marinha e Força Aérea).
Por isso mesmo — e de forma a fazer cumprir o plano setorial da Defesa Nacional para a Igualdade 2019-2021 — vai ser exigido às forças armadas nacionais a que se passe a escrever "a coordenação" em vez de "o coordenador" ou que se diga "boas vindas a todas as pessoas" em vez de "sejam bem-vindos".
São ao todo 16 páginas de orientações a serem utilizadas não só em todo o tipo de documentos oficiais, como também em cerimónias públicas. "Salientar a importância para a utilização de linguagem sensível ao género, dar a conhecer exemplos práticos que previnam a utilização de linguagem discriminatória e contribuir para a eliminação dos estereótipos existentes" são os objetivos mencionados na diretiva.
Se na linguagem escrita o objetivo é que se passe a usar termos neutros em vez de termos que obriguem à utilização de um pronome ou à especificação de um género — por exemplo, escrever "data de nascimento" em vez de "nascido/a em" —, no que toca a imagens institucionais, é pretendido que se dê igual foco a "homens e mulheres em atividades relevantes" para que se mostrem "pessoas de géneros diferentes em papéis de igual valor" e que se demonstre que "instituição não tem preconceitos de género".
Datado de 18 de setembro, o documento não avança uma data para que esta nova política de comunicação seja implementada.
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