Esta posição foi transmitida pelo secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, na parte final do debate parlamentar do projeto de resolução do PS sobre alta velocidade ferroviária.
Reagindo à decisão tomada pelos sociais-democratas de darem “luz verde” ao Governo demissionário de António Costa no sentido de avançar com o concurso para a obra e com uma candidatura a financiamento europeu para a construção da futura linha entre Porto e Lisboa, Tiago Antunes declarou: “Felizmente, hoje, o PSD tomou a atitude responsável”.
“E o líder [Luís Montenegro] corrigiu o tiro inicial, já que ainda há poucos dias dizia que apenas era necessário [ao Governo português] apresentar a candidatura a Bruxelas e não também o lançamento do concurso”, afirmou.
Em resposta a uma intervenção do dirigente da bancada social-democrata Paulo Rios de Oliveira, que acusou o Governo de incompetência neste processo, Tiago Antunes rejeitou que, da parte do Governo português, perante Bruxelas, em matéria de TGV, se tenha assistido a uma série de atrasos e de falhas técnicas e contrapôs que o concurso “está pronto a ser lançado”.
“Só dependia de vontade política, só dependia da viabilização. Perante o contexto político atual, o primeiro-ministro [António Costa], responsavelmente, disse que só avançaria com a anuência do PS e do PSD”, alegou.
De acordo com o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, no projeto sobre o TGV, “está tudo pronto”.
“Está tudo preparado, o dinheiro está lá para o aproveitarmos, restava não o desperdiçar”, acentuou, numa alusão aos 729 milhões de euros “disponíveis” na União Europeia para a candidatura portuguesa.
Na sua intervenção em plenário, Tiago Antunes também defendeu que, em relação ao projeto de alta velocidade, “estão concluídas as avaliações de impacto ambiental, assim como se encontra reunida toda a documentação técnica necessária”.
“Cumpridos todos os trâmites legais para lançar o concurso público, verdadeiramente temos todas as condições para beneficiar deste financiamento que nos está alocado. Mas que só estará alocado se soubermos apresentar uma candidatura bem sucedida agora, até ao final deste mês”, advertiu.
O secretário de Estado dos Assuntos Europeus, assinalou que, em relação ao começo do processo para a construção da alta velocidade ferroviária em Portugal, “verdadeiramente, só faltava esclarecer uma questão estritamente política”.
“Ou o PSD ia continuar a hesitar, a querer adiar e com isso arriscar a que o país perdesse um financiamento de 729 milhões de euros; ou se o PSD iria tomar a atitude responsável, viabilizando o lançamento do concurso. Felizmente, o PSD optou por este segundo caminho”, acrescentou.
Comentários