“Renovaremos imediatamente a confiança no nosso Governo (por votação) pelo parlamento, a fim de resolver as principais questões do nosso país”, disse o primeiro-ministro, depois de aceitar a renúncia de Panos Kammenos, principal aliado da coligação governamental.

Kammenos, líder do pequeno partido soberanista ANEL, anunciou hoje renunciar ao cargo, antes da próxima votação parlamentar sobre o novo nome da Macedónia, ao qual se opõe.

“A questão da Macedónia não me permite não sacrificar a minha posição como” ministro, afirmou, anunciando a “retirada do Governo” de membros do seu partido, numa declaração em direto para as câmaras.

“Agradeci ao primeiro-ministro pela nossa cooperação e expliquei que, devido a essa questão nacional, não poderíamos continuar”, acrescentou.

Na sexta-feira, os deputados macedónios aceitaram rebatizar o país como “República da Macedónia do Norte”, numa votação histórica obtida pela maioria de dois terços e que abre caminho à resolução de um litígio com a Grécia.

Mas a mudança de nome só entra em vigor depois de os deputados gregos ratificarem o acordo assinado no verão pelos primeiros-ministros Zoran Zaev, da Macedónia, e Alexis Tsipras, da Grécia.

A votação em Atenas deve acontecer “dentro de dez dias”, segundo Alexis Tsipras.

Tsipras e o seu homólogo macedónio, Zoran Zaev, assinaram em junho o acordo de Prespa, que prevê a alteração da designação do país (Macedónia, ou Antiga república jugoslava da Macedónia, Fyrom), para “República da Macedónia do Norte”, mas a sua concretização ficou dependente da sua aprovação pelos parlamentos de Skopje e Atenas.

A alteração destina-se a terminar com um velho litígio de quase três décadas entre os dois vizinhos, e terminar com o veto grego à adesão da Macedónia à NATO e ao processo de aproximação com a União Europeia (UE).

Atenas exigia a mudança de nome por considerar que Macedónia faz parte do seu património histórico e só podia ser usado pela sua província com o mesmo nome.