“Quando viajo pelo mundo, com frequência encontro pessoas importantes que me felicitam e, francamente, para mim é estranho porque não sei por que se congratulam”, disse a jovem estudante de 16 anos, convertida atualmente numa das vozes mais proeminentes contra as alterações climáticas, depois de ter iniciado o movimento “greve pelo clima”.
Perante os senadores italianos, que a aplaudiram em várias ocasiões, a ativista falou das greves escolares que convocou todas as sextas-feiras pelo mundo fora contra as alterações climáticas, salientando que os jovens “saíram para as ruas, mas nada mudou”.
“Não queremos sacrificar a nossa educação, adolescência e infância para que nos digam o que está nas vossas mãos. Manifestamo-nos não para que tireis ‘selfies’ comigo, mas para que ajam”, criticou a jovem.
Como já o fizera no Parlamento Europeu, Greta Thunberg alertou que as alterações climáticas e os desastres que delas provêm serão irreversíveis em 2030 e sublinhou que o prognóstico “baseia-se em dados científicos”.
Para evitar uma “autêntica emergência” a nível global, a jovem sueca defendeu que, em primeiro lugar, será necessário tomar consciência de que é já uma realidade, e insistiu: “os seres humanos adaptam-se e esta é uma oportunidade, porém não nos podemos atrasar mais”.
“Basta querer!”, afirmou, dando como exemplo a viagem do homem à Lua, a reconstrução após a segunda guerra mundial ou, mais recentemente, a angariação de fundos para reconstrução da catedral de Notre-Dame, destruída por um incêndio.
A jovem apelou para que se ponha “um ponto final” na emissão de gases com efeito de estufa, “parando progressivamente de queimar combustíveis fósseis que destroem o ecossistema”.
A ativista vincou que, por outro lado, será fundamental que os políticos, nesta missão, “apoiem os cientistas para um combate em conjunto”.
“Eles precisam da vossa compreensão, mas parece que não vos interessa escutar a ciência, porque só querem ouvir soluções que vos permitam seguir como até agora, porém isso não é possível porque a mudança está a chegar, gostem ou não”, declarou.
Greta Thunberg afirmou que “este suposto desinteresse da classe política é igual em todos os países”, porque, “fundamentalmente, nada se está a fazer para retardar e deter a destruição do clima, apesar dos grandes discursos dos líderes políticos”.
“A diferença é que alguns países falam mais do que outros, mas a verdade é que não existem modelos que sirvam de exemplo”, criticou.
Na quarta-feira, o Papa Francisco incentivou a jovem a “seguir em frente”. Greta Thunberg estará presente no protesto de sexta-feira dos jovens italianos pelo clima, marcado para a Praça do Povo, em Roma.
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