Os enfermeiros do Centro Hospitalar de Lisboa Central estão hoje em greve para reclamar um ajuste da progressão e a contagem de todos os pontos para essa mesma progressão, segundo disse à agência Lusa Isabel Barbosa, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, em declarações no hospital de São José, um dos que pertence àquele centro hospitalar.
A sindicalista adiantou ainda que a adesão à greve no hospital Dona Estefânia se situou nos 80% no turno da manhã, enquanto na Maternidade Alfredo da Costa atingiu os 72%. No Curry Cabral a adesão à paralisação fixou-se nos 75%, nos Capuchos em 64% e no Santa Marta em 58%.
Sobre os impactos que a greve está a ter nestes hospitais, Isabel Barbosa apontou o encerramento de consultas de enfermagem, o fecho do serviço de sangue, blocos operatórios a funcionar a meio gás e os serviços de internamento em mínimos.
No CHLC trabalham cerca de 2.000 enfermeiros nos vários hospitais.
Isabel Barbosa adiantou que as reivindicações dos enfermeiros retratam “uma realidade a nível nacional”.
“Aquilo que temos é uma esmagadora maioria de enfermeiros com 15 a 20 anos de profissão e que está na primeira posição remuneratória da carreira e milhares deles não perspetivam sequer que consigam progredir nos próximos anos”, indicou.
Para a dirigente sindical, é uma situação “completamente injusta” e que cria “uma grande indignação nas pessoas”.
A greve de hoje marcou o início de uma campanha nacional, com o lema “Progressão é, afinal, ilusão? Exigimos que não seja”, que visa “alertar a opinião pública” para as reivindicações dos enfermeiros.
A próxima ação de luta é uma greve no hospital de Évora na quinta-feira, que se repete na sexta-feira no Instituto Português de Oncologia de Coimbra.
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