Num balanço enviado às redações ao início da tarde, os sindicatos listam milhares de escolas que encerraram portas devido à paralisação, a primeira convocada pela plataforma este ano letivo, cerca de três semanas após o início das aulas.

“A lista de estabelecimentos sem aulas, hoje, 6 de outubro, é muito extensa. Mesmo em vários dos que se mantiveram a funcionar, os níveis de adesão dos professores não deixam dúvidas de que os professores e os educadores não toleram a forma como são destratados pelo Primeiro-Ministro, pelo Governo em geral e pelos ministros das Finanças e da Educação em particular”, referem em comunicado.

Já a meio da manhã, a Federação Nacional da Educação, que integra a plataforma sindical, tinha divulgado uma lista de duas páginas com mais de uma centena de escolas e agrupamentos que hoje não abriram as suas portas.

A greve marca o fim da Semana Europeia dos Professores e realiza-se um dia após o Dia Mundial do Professor (5 de outubro).

Os professores e educadores continuam a exigir reivindicações antigas, sobretudo a contabilização integral do tempo de serviço congelado — seis anos, seis meses e 23 dias — que, na quarta-feira, foi chumbada no parlamento pelo PS.

O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), que também integra a plataforma sindical, já tinha criticado hoje de manhã os deputados socialistas que são docentes e votaram “contra os seus colegas”, afirmando que deviam “ter vergonha na cara”.

“A consequência será a crescente falta de professores qualificados nas escolas, que se repercutirá nas aprendizagens dos alunos. É por isso que a luta que os professores travam não é apenas sua, mas de todos os portugueses que, em significativa maioria, têm apoiado as justas reivindicações dos seus professores”, refere agora o comunicado conjunto.

Os representantes dos docentes esperam agora pela apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2024 para decidir os próximos passos na contestação, assegurando que, se continuar a passar ao lado da educação, “a luta vai continuar, tão ou mais forte do que no ano letivo transato”.

“Cabe ao Ministério da Educação e ao governo optar. Infelizmente, os sinais que vão chegando não deixam os professores otimistas, mas se alguém pensa que a intransigência dos governantes levará os professores a baixar os braços, está redondamente enganado”, sublinham.