À exceção do gabinete de vacinação internacional, todos os outros gabinetes de enfermagem estavam a funcionar no Centro de Saúde de Sete Rios, em Lisboa.
Em declarações à agência Lusa, enquanto esperava para fazer o tratamento a uma ferida que tem na perna, Leonel Marques disse que não sabia da greve marcada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) para hoje e sexta-feira.
“Os enfermeiros devem ter algum motivo para fazer greve e têm esse direito, nós temos de aceitar”, disse Leonel Marques, na casa dos 70 anos.
Resignado, disse que se não conseguisse fazer o tratamento voltava na sexta-feira, mas escassos minutos depois foi chamado pelo enfermeiro de serviço para mudar o penso.
Cerca das 08:30, no Agrupamento de Centros de Saúde da Venda Nova, na Amadora, o serviço de enfermagem estava assegurado pelas duas enfermeiras que entraram no turno das 08:00.
Uma enfermeira disse à Lusa que depois das 09:00 podia ficar “mais complicado” porque alguns enfermeiros poderiam não comparecer, o que pode implicar que haja tratamentos e outros serviços de enfermagem que ficam por fazer.
Os enfermeiros iniciaram às 08:00 de hoje uma greve de dois dias pela “valorização e dignificação” destes profissionais e que ficou agendada apesar da marcação de um calendário de negociações com o Governo sobre as suas 15 reivindicações.
A greve começou no turno da manhã e termina às 24:00 de sexta-feira e tem como objetivos principais a valorização e dignificação dos enfermeiros, segundo o SEP.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses reivindica o descongelamento das progressões, com a contagem dos pontos justamente devidos a todos os enfermeiros, independentemente do tipo de contrato de trabalho.
A contratação imediata de 500 enfermeiros e de mais 1.000 enfermeiros entre abril e maio é outra das reivindicações, assim como “a ocupação integral dos 774 postos de trabalho colocados a concurso” para as Administrações Regionais da Saúde (ARS).
O SEP pretende ainda que seja efetuado “o pagamento do suplemento remuneratório para enfermeiros especialistas em março, com efeitos a janeiro/2018” e “o efetivo pagamento do trabalho extra/horas a mais em março e abril”.
A 13 de março, o Ministério da Saúde assinou com os sindicatos dos enfermeiros um protocolo negocial para a revisão das carreiras de enfermagem.
Apesar desta assinatura, o SEP decidiu manter a paralisação, pois as negociações com vista à revisão das carreiras é apenas “um dos 15 pontos que levaram à marcação da greve”, disse então o dirigente deste sindicato José Carlos Martins.
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