“A adesão à greve dos magistrados do Ministério Público mantém-se em níveis idênticos aos dois dias anteriores, isto é, entre os 90 e os 100% o que significa que a atividade judiciária está parada com muitos julgamentos e diligências adiadas”, disse à Lusa José Niza, membro do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP).
Segundo dados do sindicato, o juízo Central Criminal de Lisboa (antigas varas criminais) regista uma greve entre os 90 e os 100%, sendo que obrigou ao adiamento de vários julgamentos e diligências, tal como aconteceu no tribunal de família e menores.
O impacto da greve, adianta José Niza, foi ainda maior nos tribunais devido à coincidência da greve dos funcionários judiciais, obrigando à paragens de vários serviços.
Também os Departamentos de Investigação e Ação Penal (DIAP) e o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) registaram, segundo o sindicato, uma grande adesão à greve, a rondar em média os 90%.
No DIAP de Sintra a greve atingiu os 75%, no Montijo os 90%, no Algarve ronda os 90% e em Évora os 70%.
Com base nos números avançados, José Niza considerou um sucesso a adesão à greve dos magistrados do Ministério Público, que hoje cumprem o terceiro dia de paralisação, obrigando ao adiamento de diligências e julgamentos em diversos tribunais dos dois distritos judiciais.
A greve é uma luta pela defesa da autonomia do MP e também contra alterações na composição do Conselho Superior do MP, integradas no Estatuto cuja aprovação está em votação na Assembleia da República.
Na quarta-feira, as propostas de alteração dos dois partidos acabaram por ser chumbadas, sendo aprovada a proposta inicial do Governo, que não altera de facto a composição atual do CSMP.
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