O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) estiveram esta tarde reunidos, em Lisboa, com o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.
À saída do encontro, o assessor jurídico do SNMMP, Pedro Pardal Henriques, garantiu aos jornalistas que a greve vai manter-se até a ANTRAM apresentar “uma contraproposta” que, a concretizar-se, será votada a partir de “sexta-feira, num plenário”.
“Estamos sempre disponíveis para desconvocar esta greve, só não estamos quando não há vontade da outra parte [ANTRAM]”, sublinhou o antigo vice-presidente do SNMMP.
De acordo com este responsável sindical, na reunião de hoje foram apresentadas ao Governo as condições das quais os motoristas não abdicam para que seja desconvocada a greve.
“O senhor ministro ficou hoje com um conhecimento muito mais profundo do que estava em cima da mesa e mostrou grande abertura e compreensão por aquilo que os motoristas estão a reclamar”, notou o responsável do SNMMP.
Já relativamente às “linhas vermelhas” definidas pelos motoristas, Pedro Pardal Henriques escusou-se a avançar detalhes.
“Sexta-feira é o prazo-limite para nos apresentarem uma contraproposta que, depois, será votada num plenário que temos antes da greve e será a última oportunidade para desconvocar esta greve. Não está nas mãos dos motoristas a desconvocação da greve”, concluiu.
Posição semelhante foi defendida pelo representante do SIMM, Anacleto Rodrigues, que vincou que só os trabalhadores é que podem aprovar uma contraproposta dos patrões.
“Vamos ver se se regista alguma abertura por parte da ANTRAM e, depois, vamos esclarecer os nossos associados e eles é que vão votar”, afirmou.
Anacleto Rodrigues lamentou ainda a recusa em negociar por parte da ANTRAM, referindo que os trabalhadores vão continuar a “aguardar com tranquilidade” uma contraproposta dos patrões.
“O Governo demonstrou-se empenhado em utilizar a sua influência para que a ANTRAM possa voltar à mesa das negociações (…). Se não o fizer, vamos deixar à consideração dos nossos associados”, salientou.
O representante do SIMM disse ainda que, na reunião de hoje, o Governo apresentou aos sindicatos "várias hipóteses", ou seja, um caminho alternativo à greve, considerando, todavia, que estas não satisfazem as necessidades dos motoristas.
"Há muito mais do que o salário em causa. Há os direitos dos trabalhadores, a não valorização salarial durante 20 anos. Não é só o salário-base e a greve. Há que perguntar porque é que se chegou aqui. É por isso que a ANTRAM continua a evitar o debate", declarou.
As duas estruturas já tinham estado esta manhã no Ministério das Infraestruturas e da Habitação.
Paralelamente, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) e a ANTRAM tinham agendada, também para hoje à tarde, uma reunião no Ministério das Infraestruturas que, posteriormente, foi reagendada para terça-feira.
A greve convocada pelo SNMMP e pelo SIMM, que começa na próxima segunda-feira, dia 12, por tempo indeterminado, ameaça o abastecimento de combustíveis e de outras mercadorias.
O Governo terá de fixar os serviços mínimos para a greve, depois de as propostas dos sindicatos e da ANTRAM terem divergido entre os 25% e os 70%, bem como sobre se incluem trabalho suplementar e operações de cargas e descargas.
(Notícia atualizada às 22:19)
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