“Até às 18:00 estavam programados 995 comboios, realizaram-se 723 e foram suprimidos 272”, lê-se numa nota da empresa.
Dos comboios suprimidos, 154 são do serviço regional, 56 de longo curso, 35 urbanos de Lisboa e 27 urbanos do Porto.
O Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários, das Infraestruturas e Afins (SINFA) disse à Lusa que até às 12:00 não foram realizados comboios de longo curso, alfa pendulares, intercidades, inter-regionais ou regionais.
Os trabalhadores da IP e das suas filiadas estão em greve hoje e no dia 02 de julho, reivindicando melhores condições laborais, nomeadamente, o aumento dos salários.
A plataforma de sindicatos que representam os trabalhadores da IP e das suas participadas (IP Engenharia, IP Património e IP Telecom) entregou um pré-aviso de greve com início às 00:00 e término às 24:00 dos dias 28 de junho e 02 de julho de 2021, depois dos colaboradores já terem parado em 02 de junho.
As reivindicações em causa prendem-se com o aumento de salários para todos os trabalhadores, o cumprimento integral do clausulado do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), a negociação coletiva como “fator de resolução e prevenção de conflitos”, a atualização do valor do subsídio de refeição e a integração do abono de irregularidade de horário no conceito de retribuição.
Por outro lado, reclamam a atribuição de concessões de viagem na CP- Comboios de Portugal a todos os trabalhadores da IP e suas participadas, a aplicação integral do ACT em vigor na IP aos trabalhadores do quadro de pessoal transitório, a abrangência das deslocações e horas de viagem a todos os trabalhadores e o ajuste do subsídio de refeição nas ajudas de custo.
Os trabalhadores protestam também “contra a falta de produtos de limpeza e higiene e por melhores condições de higiene e segurança nas instalações sociais e nos locais de trabalho”.
A plataforma que representa os trabalhadores da IP e das suas participadas é constituída pela Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária (ASCEF) e pelos sindicatos Nacional dos Transportes Comunicações e Obras Públicas (FENTCOP), Nacional Democrático da Ferrovia (SINDEFER), Independente dos trabalhadores Ferroviários, das Infraestruturas e Afins (SINFA), Independente Nacional dos Ferroviários (SINFB), Independente dos Operacionais Ferroviários e Afins (SIOFA), Nacional de Quadros Técnicos (SNAQ) e dos Transportes Ferroviários (STF).
O Tribunal Arbitral não acedeu ao pedido da Infraestruturas de Portugal (IP) para que durante os dois dias de greve fosse assegurada 50% da atividade, reduzindo os serviços mínimos à segurança e manutenção.
Na decisão, publicada pelo Conselho Económico e Social (CES) na sexta-feira, lê-se que “os representantes das partes prestaram os esclarecimentos solicitados pelo Tribunal Arbitral”, tendo os representantes dos trabalhadores demonstrado “abertura para outorgar novo acordo de prestação de serviços na linha de anterior greve”.
No entanto, “os representantes dos empregadores reiteraram a sua posição sobre os serviços mínimos já transmitida na DGERT [Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho], apontando para a prestação de 50% da atividade como serviços mínimos”.
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