O responsável reagia, deste modo, às declarações do secretário-geral da CGPT-IN, Arménio Carlos, que, em entrevista à TSF e ao DN, não excluiu a possibilidade de ser convocada uma greve geral.

"Eu rececionei essa declaração com muita naturalidade. A função de uma central sindical é advertir o poder político e o poder económico em geral que, perante circunstâncias extremas, há também reações extremas", disse Carlos César, no final de uma visita de trabalho à Região Autónoma da Madeira.

O dirigente lembrou, no entanto, que o país não vive atualmente em circunstâncias extremas, relançando que o Governo da República está a fazer um trabalho "muito empreendedor", quer ao nível da recuperação da economia, quer do restabelecimento dos direitos sociais.

"É bom que tenhamos sindicatos fortes e todos os avisos à navegação, mas que estamos a navegar bem, estamos", vincou.

Carlos César referiu-se também ao processo de integração dos trabalhadores precários na função pública, sublinhando que a intenção é integrar pelo menos 50 mil já no decurso deste ano.

"O combate à precariedade é uma orientação política do governo, que resulta do seu programa de governo, dos acordos celebrados com os partidos que apoiam o governo e do programa nacional de reformas", disse.

Porém, acrescentou: "Não podemos construir num dia aquilo que foi destruído durante muito tempo".

O líder do grupo parlamentar do PS realçou, por outro lado, a importância da visita da direção à Madeira, na medida em que permitiu uma "maior aproximação" aos problemas regionais.

"Há um velho problema na decisão em Portugal que tem muito a ver com a forma pouco considerada como analisa os problemas das regiões mais distantes e, em particular, das regiões insulares", afirmou.

Carlos César disse que as visitas de trabalho de quem tem poder de decisão, coordenação e direção são, por isso, importantes para o conhecimento de aspetos que envolvem a despesa pública, mas também o sobrecusto que a insularidade representa para as famílias e as empresas.