“Pelo apanhado que fizemos (…) a greve ultrapassou os 90% de adesão”, afirmou à Lusa Francisco Figueiredo, do Sindicato dos Trabalhadores da Industria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte.

Segundo o responsável, pelo menos três escolas do ensino secundário de Vila Nova de Gaia foram encerradas por causa da greve que fez com que pelo menos 83 cantinas da região Norte não funcionassem.

Criticando escolas e municípios que distribuíram “sandes” aos alunos, o que, disse, viola o direito à greve, o sindicalista disse que este número poderia ter sido maior.

“Não somos pais das crianças. Não nos compete assegurar a alimentação às crianças”, disse Francisco Figueiredo, acrescentando que “a responsabilidade da alimentação das crianças em dia de greve é dos pais”.

Para o sindicalista, “não havendo cantina, as escolas devem fechar” e ao dar uma “sandes” aos alunos “não está a ser assegurada uma alimentação saudável”.

Em balanço, pelas 18:00, Francisco Figueiredo contou que no concelho do Porto apenas quatro cantinas estiveram a funcionar, por oposição a 11 que estiveram encerradas.

Já em Gaia, onde pelo menos três escolas foram encerradas, 14 cantinas estiveram fechadas.

Braga e Chaves foram os concelhos com menos adesão.

Esta manhã mais de 30 trabalhadores da empresa que é responsável pela exploração de cantinas escolares concentraram-se frente às instalações da Direção Regional de Educação do Norte.

Os trabalhadores da Uniself exigem ao Ministério da Educação que faça a empresa cumprir o caderno de encargos.

“Há trabalhadores que não têm contrato, outros a quem foi reduzida a carga horária e respetivo salário, e há trabalhadores a quem não foi reconhecida a categoria [profissional] (…). A Uniself não está a cumprir o caderno de encargos”, disse então Francisco Figueiredo.

Já ao início da tarde, o presidente da ANDAEP, Filinto Lima, revelou que a greve dos trabalhadores da Uniself tinha obrigado ao encerramento de algumas escolas na zona de Vila Nova de Gaia,

Há "gente com três meses de salário em atraso", afirmou à margem do 1.º Congresso das Escolas, em Lisboa.