"À partida, as posições que os sindicatos estabelecem de uma convergência - consoante os sindicatos, a dois, quatro ou dez anos -, parecem-nos ser bons pontos de partida, aceitáveis, para uma negociação", defendeu a deputada centrista, em declarações aos jornalistas no parlamento.

Ana Rita Bessa falava enquanto decorria a manifestação de professores em frente à Assembleia da República, em dia de greve nacional convocada por todos os sindicatos do setor para coincidir com a discussão na especialidade da proposta do Orçamento do Estado para 2018 na Educação.

A deputada ressalvou que o CDS não tem os dados para fazer as contas, tendo já dirigido perguntas ao Ministério da Educação sobre o número de professores em cada escalão, mas defendeu as posições dos sindicatos e disse compreender os motivos do protesto.

"É preciso haver negociação, é preciso incluir os professores, é preciso fazê-lo com gradualismo e com critérios, mas o que não pode acontecer é que os professores sejam deixados de fora do conjunto dos funcionários da administração pública", defendeu.

O CDS argumentou que "o Governo ignorou os professores no Orçamento do Estado, ignorou o seu tempo de serviço, ignora muitos professores que, por esta razão, não vão conseguir chegar aos patamares de carreira relativamente aos quais tinham legítima expectativa de vir a alcançar".

"Achamos extraordinário a manifestação do PCP e do BE nesta matéria. Se fosse um ponto crítico para o Governo, para o PS, para o BE e para o PCP, esta matéria teria constado do Orçamento do Estado ou, em alternativa, BE e PCP teriam votado contra, como foi o caso do CDS", criticou.

Ana Rita Bessa defendeu-se das críticas à atuação do anterior governo PSD/CDS-PP dizendo que "estava no programa do Governo da PAF [coligação Portugal à Frente] que ia haver um descongelamento sem exceção".

Os professores contestam o Orçamento do Estado para 2018 e exigem a contagem de todo o tempo de serviço quando forem descongeladas as carreiras da administração pública.