Estes foi o último ataque contra um líder religioso neste país da África Ocidental, onde a situação é cada vez mais instável.

O presidente da câmara de Boundore, Sihanri Osangola Brigadie, disse que o ataque ocorreu na cidade de Pansy, na província de Yagha. Os cerca de 20 atacantes separaram os homens das mulheres perto de uma igreja protestante e só mataram os homens.

De acordo com a mesma fonte, pelo menos 10 outras pessoas ficaram feridas, na sequência do ataque.

“Fiquei chocado”, disse Brigadie, depois de ter visitado algumas das vítimas no hospital da cidade de Dori, a 180 quilómetros do local do ataque.

Os atacantes levaram óleo e arroz das lojas e forçaram três jovens que sequestraram a ajudá-los a transportar os bens nas suas motocicletas, relatou.

Tanto cristãos como muçulmanos foram mortos antes de a igreja onde se encontravam ser incendiada, disse um oficial de segurança do Governo em Dori, que falou sob anonimato, por não estar autorizado a falar para os meios de comunicação social.

Os ataques têm visado líderes religiosos na zona. Na semana passada, também na província de Yagha, um pastor aposentado foi morto e outro pastor foi sequestrado, de acordo com um relatório de segurança interna para funcionários de organizações humanitárias a que a agência de notícias Associated Press teve acesso.

Os analistas estão preocupados que os ataques contra civis, inclusive contra cristãos, estejam a aumentar “a um ritmo alarmante” no país, disse Corinne Dufka, diretora da Human Rights Watch para a África Ocidental.

“Os perpetradores dos ataques usam as ligações das vítimas ao Governo ou à igreja para justificar os assassínios, enquanto outros parecem ser represálias face a assassínios praticados por forças de segurança do Governo”, adiantou.

Mais de 1.300 civis foram mortos em ataques direcionados, no ano passado, no Burkina Faso, sete vezes mais do que no ano anterior, de acordo com o projeto Armed Conflict Location and Event Data Project, que recolhe e analisa informações sobre conflitos.

A insegurança provocou uma crise humanitária no país, com mais de 760.000 pessoas deslocadas internamente, segundo o Governo.