Um grupo de pessoas não identificadas "provocaram danos nas travessas" da ferrovia perto da cidade de Victoria (616 km a sul de Santiago, a capital), provocando o descarrilamento de alguns vagões, que "foram incendiados", informou à imprensa local Sebastián Lara, da Polícia Civil chilena.
O incidente ocorreu em uma área de difícil acesso, o que complicou o acesso dos bombeiros e dos agentes da polícia, que precisaram de chegar a pé. As autoridades iniciaram uma investigação para encontrar os autores.
"Este é um atentado contra a vida humana porque poderia ter sido contra um comboios de passageiros que circula entre Temuco e Victoria", afirmou Víctor Manoli, delegado presidencial (representante do governo central) em La Araucanía.
A região vive um conflito histórico entre o povo mapuche, a maior etnia chilena, e o Estado, ao qual os indígenas reivindicam terras que consideram próprias por direito ancestral e que foram entregues a entidades particulares, sobretudo a empresas florestais e fazendeiros.
A falta de solução para este conflito fez eclodir a violência na última década, com ataques incendiários a prédios privados e camiões. Também trouxe à luz a presença do narcotráfico e de organizações de autodefesa, assim como operações policiais supostamente montadas para culpar os indígenas.
O presidente Sebastián Piñera decretou em 12 de outubro estado de exceção e militarização por 15 dias de três províncias da região, estendido por mais 15 dias até 11 de novembro.
Nesta terça-feira, Piñera anunciou que pedirá uma nova extensão ao Congresso, que deverá aprová-la.
O presidente assegurou que desde o início do estado de exceção, "os atentados incendiários foram reduzidos praticamente a metade e as usurpações de propriedades diminuíram à décima parte".
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